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terça-feira, 23 de outubro de 2012

ORIXÁ OXÓSSI - "O REI DE KÊTU", O GRANDE CAÇADOR

OXÓSSI - "O REI DE KÊTU"

O GRANDE CAÇADOR

Oxóssi é filho de Oxalá e Iemanjá, irmão de Ogum e Exu. Seu nome significa OXÓ: "caçador", OSSI: "noturno". Tradicionalmente, é associado à Lua, por ser a noite, seu melhor momento para a caça. É um guerreiro solitário e sua maior responsabilidade em relação ao mundo é de proteger e garantir a vida dos animais, que somente são sacrificados por uma necessidade de alimentação. Tudo que nasce sobre a terra pertence  a Oxóssi, exceto as plantas tóxicas e venenosas, que segundo a tradição, diz terem sido plantadas por Exu. Ele é um vencedor, traz para  seu povo a sobre vivência, a abundância, a cura das doenças pela natureza, a saúde plena. Como caçador, Oxóssi porta um arco e uma flecha, geralmente de ferro, e o erukerê (rabo de cavalo usado só pelos reis), está ligado às alterações mentais e físicas, Oxóssi é o constante movimento da natureza e está sempre em evolução, orixá cavaleiro, rei, herói, senhor de um dos seis reinos formadores da federação YORUBÁ, constituída por Alaka, Onila, Onibini, Onisabe, Oió e Kêtu, terra de Oxóssi. É um Orixá que cultua o próprio individualismo, com uma determinação sem igual para qualquer combate, considerado um dos mais belos Orixás e amante da natureza.
SÃO SEBASTIÃO
O   Culto à Oxóssi é muito difundido no Brasil e pouco lembrado na Nigéria, sendo basicamente cultuado na cidade de Kêtu (terra dos panos vermelhos), onde foi consagrado como rei. Ele é um Orixá que envolve-se muito nas emoções e transforma-se através delas. Tem o dom da comunicação, por isso suas mudanças são discutidas e analisadas a um nível consciente, Oxóssi tenta ser coerente com seus sentimentos, pois vive às dúvidas emocionais muito mais que as indecisões materias. Lembrando que no mito Oxóssi apaixona-se e vai atrás de seu amor para conseguir vivê-lo. Ele roubou Oxum de Ogum e mais tarde abriu mão de tudo para ir viver com Ossãe nas matas. No sincretismo é  associado à São Jorge na Bahia, sendo festejado no dia 23 de Abril, no Rio de Janeiro e São Paulo, ele é São Sebastião, que é festejado no dia 20 de Janeiro. Pode-se estabelecer Oxósse ao Jovem Mercúrio da mitologia romana, o Deus do comércio, dos ladrões, bem como o seu correspondente grego Hermes. Ambos representam o movimento, as mudanças e tudo que é novo e vibrante.




O MITO - "O CAÇADOR DE UMA SÓ FLECHA"

ERUKÊRE- ARCO E  FLECHA
O rei Olofim resolveu dar uma festa para o seu povo em comemoração à colheita que havia sido farta. Seria servido Inhame e vinho de palma à vontade. Foi quando o Pássaro do Medo chegou e ameaçou a todos. Olofim chamou então, seus três melhores guerreiros para matar o grande pássaro. Vieram Oxotoji, com 20 flechas; Oxotodi, com 50 flechas e Oxotodá, com 40 flechas. Todas as flechas foram disparadas pelos  atiradores, mas nenhum deles consegui atingir o pássaro. Havia um jovem guerreiro corajoso Oxotocam-giu na aldeia que só tinha uma única flecha, com muita confiança em si mesmo, pediu humildemente ao rei  que lhe desse a oportunidade de atirar e matar o pássaro ameaçador. As mulheres pássaros sabiam que o jovem tinha poderes especiais e vêm proteger o Pássaro do Medo, cobrindo seu peito com seus próprios corpos, fazendo assim com que a flecha volte para matar seu atirador. A mãe de Oxotocam aflita com seu filho, pede a Oxalá que o proteja. O jovem está entre a morte e a felicidade, por isso ela pede  que Oxalá transforme a morte em felicidade. Ela sacrificou uma galinha, abrindo o seu peito e colocando no meio da estrada, acreditando que o peito do pássaro receberia o que era merecido. Oxotocam no mesmo instante atirou  sua flecha e matou o grande pássaro ameaçador. Desde esse dia ele foi transformado em herói e passou a se chamar Oxóssi.                             

Dia da semana - Quinta-feira
Cor - azul-turquesa (afasta a tristeza e atrai o dinheiro), em algumas nações e na Umbanda sua cor é o verde
Elemento - ar e terra
Instrumento - Arco e flecha
Saudação - "O Kiarô" - ("bom dia", em Yorubá)
LOCAL DE DOMÍNIO - AS MATAS
OS CABOCLOS - GUERREIROS DE OXÓSSI

O Caboclo é o arquétipo da valentia e coragem, sobrevive na memória popular, tradicionalmente apresentando-se como aquele que veio para defender, lutar e vencer. A história nos focaliza o Caboclo como sinonimo do indígena, isso ocorrendo até o fim do século XVIII. Quanto ao termo Caboclo, hipóteses e discussões ainda são mantidas, não se sabendo, ao certo, se a sua origem é africana ou indígena. Dentro do Culto, as cerimonias são realizadas com oferendas de frutos e comidas nas matas. São grandes realizadores de curas através da medicina mágica, banhos, defumações, pós e outros preparados. Os Caboclos de acordo com sua origem (linha), nação (tribo), devem realizar atos pertinentes às suas características de grupo, ou sejam: Os Caboclos de Pena - geralmente dançam como se estivessem com o arco e a flecha; são ditos mais livres, desempenhando seus trabalhos nas matas.
Os Caboclos capangueiros  e boiadeiros - apresentam-se tangendo suas boiadas, e expressam alguns aboios utilizando termos próprios dos vaqueiros. Esses caboclos são conhecidos por sua valentia e adestramento em conduzir seus animais. Eles apresentam-se trajando uma roupa de couro, levam um chicote e o laço. Esses tipos distintos de Caboclos são encarados nas práticas dos terreiros como os enviados das Leis de Deus, prontos a praticar o bem e desempenharem o papel de conselheiros e curandeiros, além de encaminhar  a vida de seus seguidores. O culto aos Orixás é desenvolvido, havendo correlacionamento entre as divindades africanas e os Caboclos, que ocupam, na mitologia brasileira o papel de divindades auxiliares, não possuindo nenhum status de um Deus.
Caboclo Ventania
As linhas de trabalho de Oxossi:
Caboclo Urubatã
Caboclo Araribóia
Caboclo das 7 Encruzilhadas - fundador da Umbanda
Caboclo Águia Branca - Peles Vermelhas
Caboclo Tamoios - chefiados por Graúna
Caboclos Guaranis - chefiados por Araúna
Cabocla Jurema - linha feminina de Oxóssi
Caboclo Pena Branca
















Caboclo Pena Azul

O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OXÓSSI
Os filhos de Oxóssi apresentam características que são facilmente percebidas,  são alegres, extrovertidos, possuem fisicamente um corpo elegante, bonitos e não são robustos. São pessoas de um raciocínio rápido, mudam de idéia com facilidade, por isso, tudo que  se propõe a fazer, nem sempre termina. Tem um temperamento mutável, generosos, hospitaleiros e muito fiéis nas amizades. Com uma veia artística apurada, estão sempre a procura de grandes aventuras, adoram coisas novas. São também perseverantes em seus objetivos, tem muita sorte, terá muito sucesso no profissional, tanto como se estiver no comando ou se for comandado. Adoram as mudanças em aspecto geral. Tímidos nas questões sentimentais, não se prendem a nada e nem a ninguém. No campo sentimental, são instáveis até encontrar o par perfeito, possuem uma certa insegurança no amor, justamente por apreciarem a liberdade. Em nível espiritual são pessoas dispostas a eliminar seus defeitos, tais como o orgulho, a preguiça e a teimosia. Oxóssi  tem como dever, dar o alimento à todos os seus filhos, pois é considerado o Orixá da fartura." Salve o grande caçador "

 
AS VARIAÇÕES DE OXÓSSI
Ybualama - É  velho e caçador, conta o mito que apaixonado por Oxum, se atirou nas águas profundas do rio ao encontro do  seu amor. O verdadeiro pai de Logum Edé. Sua vestimenta é azul celeste, assim como suas contas, usa um capacete e um saiote feitos de palha da costa.
Inlê - Filho querido de Oxaguiã e Iemanja. Ele veste-se de branco para homenagear seu pai, usa um chapéu de plumas brancas e azul claro. Esse Oxóssi tem fundamento com Ogunjá.
Otyn
Dana Dana - Ele é um Orixá que entra na mata da morte sem temer  Egun e a própria morte, pois tem fundamento com Exu, Oyá, Oxumarê e Ossãe. Veste-se também de azul claro.
Akuereran - É o dono da fartura, veste-se de azul claro e tiras vermelhas. Mora nas profundezas das matas, tendo fundamento com Oxumarê e Ossãe, suas contas também são azul claro.
Otyn - É um Oxóssi guerreiro e muito parecido com seu irmão Ogum, tem um temperamento forte e muito valente, está sempre pronto para lutar quando provocado, não leva desaforos. Usa roupas de couro de leopardo e bode, veste as cores azul claro e vermelho, suas contas são azul e leva capangas.
Mutalambo - Tem fundamento com Exu.
Gongobila - É um Oxóssi jovem, tendo fundamento com Oxalá e Oxum.
Koifé - Não é cultuado no Brasil e na Africa, pois seus fundamentos estão extintos. Seus eleitos ficam durante um ano recolhidos tomando banho de folhas todos os dias, veste-se de vermelho, usa nas mãos uma espada e uma lança. Vive sozinho escondido das matas, come com Ossãe, usa um capacete que lhe cobre todo o rosto,  capangas e braceletes, suas contas são azul claro.
Arolé - É um dos mais belos tipo de Oxóssi, propicia uma caça abundante. O verdadeiro rei de Kêtu, é um Orixá que vive se apreciando nas águas, por sua beleza, é ágil na arte de caçar e veste azul claro.
Karé - É um bom caçador e mora perto das fontes, gosta de se pentear, de perfume e de acarajé. Usa azul e um Banté dourado. Está ligado as águas de Oxum, mas não se da muito bem com ela, pois ambos exercem as mesmas forças.
Wawa -
Está extinto, vem da origem dos Orixás caçadores, Veste-se de azul e branco, usa arco e flecha e os chifres de touro selvagem. Ele fez sua morada debaixo de uma gameleira, come com Xangô e Oxalá.
Walè -
É um Oxóssi velho e considerado como o rei na África, é muito severo e austero, solteirão, pois não gosta das mulheres, para ele elas são chatas, falam demais, vaidosas e fracas. Usa contas azuis escuro.
Yoseewe ou Ygbo - É o senhor das florestas, ligado a Ossãe com quem vive nas matas. Veste azul claro e usa capacete quase tampando seu rosto.
Tafà Tafà -
É  predicado que se diz de Oxóssi, é um caçador arqueiro, aquele que é atirador de flechas.
Otokán sósó - Não é uma qualidade, mas é um "oríkì" que significa, o caçador de uma flecha só, um Oxóssi citado na Lenda do Pássaro do Medo.

"Salve o Rei de Keto"

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