domingo, 23 de abril de 2017

HOMENAGEM Á OGUM, 23 DE ABRIL:


Ogum é o guerreiro, general destemido e estratégico, é aquele que veio para ser o vencedor das grandes batalhas, o desbravador que busca a evolução.

Defensor dos desamparados, segundo a lenda, Ogum andava pelo mundo comprando a causa dos indefesos, sempre muito justo e benevolente. Ele era o ferreiro dos orixás, senhor das armas e dono das estradas. Irreverente, pois é um orixá valente, traz na espada tudo o que busca.

No sincretismo religioso Ogum é representado por São Jorge e especificamente na Bahia por São Sebastião! Ainda hoje a Ordem dos Templários vive, prega e divulga os ensinamentos de São Jorge.

O dia da semana de maior vibração desta energia é a terça-feira.

Dos ensinamentos de Pai Ogum: A vida é sempre resultado de nossas escolhas! A preocupação olha em volta, a tristeza olha para trás, a Fé olha para cima.

É aquele que sempre abre as estradas, que vai na vanguarda, que desbrava os caminhos com o seu machete. Orixá violento e guerreiro, eterno vencedor.

Foi Rei de Ifé e conquistador do reino de Ire.

Veste um saiote chamado mariwó (feito com as franjas das folhas verdes da palmeira).

É tido como filho de Iemanjá, irmão de Oxossi e Exu.

Ao mesmo tempo que caça, inventa as armas e ferramentas. Foi um profundo conhecedor dos segredos das florestas, onde vivia com Oxossi e Ossain. Destemido caçador, tornou-se guerreiro e ferreiro.

Conta uma lenda que Ogum não gostava de civilização, vivendo eternamente no fundo da floresta. Oxum, com sua doçura, conseguiu conquistá-lo, trazendo-o para a cidade - ela necessitava de ajuda, pois precisava de proteção.

Foi marido de Iansã, cujo segredo descobriu. Depois viveu com Oxum (antes desta casar com Oxossi e depois com Xangô). Viveu com Oba, após vencê-la em uma luta.

Sua ira era terrível. Era conhecido como decepador de cabeças e vingador das injustiças.
É o protetor das artes marciais, da agricultura, dos policiais e daqueles que lidam com ferro.

Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os ídolos adorados
nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE ?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."

Como São Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos.

Jorge sempre respondia: "Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão.

Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

Lendas: um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.

Datas Marcantes No século XII, a arte, literatura e religiosa popular representam São Jorge, como soldado das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, nobre um cavalo branco, com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

Desde o século VI, havia peregrinações ao túmulo de São Jorge em Lídia. Esse santuário foi destruído e reconstruído várias vezes durante a história.

Santo Estevão, rei da Hungria, reconstruiu esse santuário no século XI. Foram dedicadas numerosas igrejas a São Jorge na Grécia e na Síria.

A devoção a São Jorge chegou à Sicília na Itália no século VI. No séc. VII o siciliano Papa Leão II construiu em Roma uma igreja para S. Sebastião e S. Jorge. No séc. VIII, o Papa Zacarias transferiu para essa igreja de Roma a cabeça de S. Jorge.

A devoção a São Jorge chegou a Inglaterra no século VIII. No ano de 1101, o exército inglês acampou na Lídia antes de atacar Jerusalém. A Inglaterra tornou-se o país que mais se distinguiu no culto ao mártir São Jorge...

Em 1340, o rei inglês Eduardo III instituiu a Ordem dos cavaleiros de São Jorge.

Foi o Papa Bento XIV (1740-1758) que fez São Jorge, padroeiro da Inglaterra até hoje.

Em 1420, o rei húngaro, Frederico III (1534) evoca-o para lutar contra os turcos.

As Cruzadas Medievais tornaram popular no ocidente a devoção a São Jorge, como guerreiro, padroeiro dos cavaleiros da cruz e das ordens de cavalaria, para libertar todo país dominado e para converter o povo no cristianismo.

Seu dia foi colocado no Calendário particular da Igreja, isto é, celebrados nos lugares de sua devoção.

O Sr. Cardeal D. Eugenio Sales, assim se pronunciou: "A devoção de São Jorge nos deve levar a Jesus Cristo". Pela palavra do Cardeal Sales sentimos a autenticidade do Culto a São Jorge.

A quem ajuda: é a força de Deus na luta dos excluídos e marginalizados da sociedade.
Ogum Beira Mar

Orixá da energia (ligada a atitude), perseverança, vencedor de demanda, persistência, tenacidade, renascimento (no sentido de capacidade de se reerguer).

Reino: Orixá sem reino específico, que atua na defesa de todos os reinos em função A Energia de Ogum está em todos os lugares. Cor básica: vermelha e branco.

Sincretizado no Rio de Janeiro com São Jorge, tem o seu dia comemorado em 23 de abril.

Elemento: fogo.
Dia da Semana de vibração maior: terça-feira
Planeta: Marte

Características de seus filhos: são persistentes, tem temperamento forte. Determinados e batalhadores.

Desdobramentos Principais de Ogum

Ogum Megê - vermelho, branco e preto (trabalha em harmonia com Omulu, na entrada da calunga pequena - cemitério).
Ogum Rompe Mato - Vermelho e verde (trabalha em harmonia completa com Oxóssi, na entrada da Mata. Podendo ser cultuado tanto na terça-feira, dia de Ogum, quanto na quinta-feira, dia de Oxoce)
Ogum Beira-mar - Coral (trabalha na orla marítima em harmonia com Iansã e Iemanjá)
Ogum Iara - azul claro e vermelho (trabalha na cachoeira em harmonia com Oxum)
Ogum de Lei - vinho e branco (trabalha com as Almas em harmonia com Xangô, Omulu, Oxum e Ogum Iara)

OBS.: Os demais Oguns encontrados mais raramente dentro dos terreiros de Umbanda, são desdobramentos destes principais Chefes de Linha, exemplo: Ogum 7 Ondas (desdobramento de Ogum Beira-Mar).

Vem vindo ao longe um cavalo branco,

correndo na areia bem junto do mar.

Cavalgando em cima,vem um belo guerreiro.

Salve meu pai! É Ogum beira-mar.

---

Vem me dar força,vem me dar fé,

e com sua espada me dá proteção.

Mãe Iemanjá sua estrela me guie,

e pai Oxalá me dê sua mão.

---

Levai-me consigo em seu cavalo,

Ogum beira-mar,meu pai valente.

A si meu pai entrego meu fado,

na minha vida estais sempre presente.

---

Protege seu filho meu pai amado,

me mostre sempre o melhor caminho.

Em troca eu ajudo seus filhos perdidos,

pois sei que consigo não estou sozinho.

Salve Ogum beira-mar!

Nome Científico: Sansevieria Trifasciata

Com certeza, a planta mais conhecida de OGUM. São conhecidas também a Lança-de-Ogum (Sansevieria Stuckyi), a Estrela de Ogum (Sansevieria Zeylandica). Há uma variedade (similar à Estrela-de-Ogum) que possui espinhos em toda a borda da folha. Essa é chamada de Rosa-de-Ogum.

A variedade com bordas amarelas pertence à IANSÃ.
Suas folhas são usadas para quase tudo que se refere à purificação de pessoas e ambientes e proteção, trabalhos de sacudimento, banhos e também em amacis dos filhos desse Orixá. É conhecida popularmente por proteger os ambientes, sendo plantada sempre à frente das casas,
Não tem uso medicinal.

Chagas abertas, sagrado coração todo amor e bondade, o sangue
do meu senhor Jesus Cristo no meu corpo se derrame, hoje e sempre.

Eu andarei vestido e armado, com as armas de São Jorge, para que
meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me
peguem, tendo olhos não me enxerguem, e nem em pensamento
eles possam ter para me fazerem o mal, armas de fogo o meu
corpo não alcançarão, facas e lanças quebrarão sem meu corpo
chegar, cordas e correntes se arrebentarão sem o meu corpo amarrarem.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder da sua santa e
divina graça, a Virgem Maria de Nazaré me cubra com seu sagrado
e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e aflições
e Deus com a sua divina misericórdia e grande poder seja meu defensor
contra as maldades e perseguições dos meus inimigos, e o glorioso
São Jorge em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, em nome
da Falange do Divino Espírito Santo.

estenda-me o seu escudo e as
suas armas poderosas defendendo-me com a sua força e com a sua
grandeza dos meus inimigos carnais e espirituais, e de todas as suas
más influencias, e que debaixo das patas de seu fiel Ginete meus
inimigos fiquem humildes e submissos a Vós sem se atreverem a ter
um olhar sequer que me possa a prejudicar.

Assim seja com o poder
de Deus de Jesus Cristo e da Falange do Divino Espirito Santo, Amém.
Em louvor ao São Jorge.

Pontos do Senhor Ogum, Ogum o senhor das demandas, trabalha diretamente na abertura dos caminhos de seus filhos, senhor da guerra, senhor da vitória, todos devem sempre ao pedir algo a nosso Pai Ogum.

Lembrar-se que ele não faz nada se o filho não for um guerreiro, ele entrega a espada ao filho e luta junto ao seu lado, este Orixá, não entrega nada sem que os filhos não lutem por seus ideais, quando o filho é visto como seu guerreiro este Pai não o abandona, empunha a espada em sua defesa, limpa seus caminhos dos inimigos, derruba todos que ousarem algo contra eles, ser filho de Ogum é ser guerreiro, mas todo guerreiro deve lutar para obter suas conquistas, a proteção e a condução de tudo na vida dos filhos de Ogum está no merecimento de ter este Orixá na sua guarda, então filho de Ogum, saiba que seu Pai nunca o abandonará e que a vitória será sua toda vez que invocar sua proteção,

“Valei-me meu Pai Ogum”.


Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.


Oração a São Jorge II

São Jorge,cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos, ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos superiores, colegas, e subordinados; que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração, no meu lar e no meu serviço; meus inimigos terão os olhos e não me verão, terão boca e não me falarão, terão pés e não me alcançarão, terão mãos e não e não me ofenderão.

São Jorge vela por mim e pelos meus, protegendo-me com suas armas.

O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria.

Amém.


Oração a São Jorge III

Ó Deus onipotente,
Que nos protegeis
Pelos méritos e as bênçãos
De São Jorge.
Fazei que este grande mártir,
Com sua couraça,
Sua espada,
E seu escudo,
Que representam a fé,
A esperança,
E a inteligência,
Ilumine os nossos caminhos...
Fortaleça o nosso ânimo...
Nas lutas da vida.
Dê firmeza
À nossa vontade,
Contra as tramas do maligno,
Para que,
Vencendo na terra,
Como São Jorge venceu,
Possamos triunfar no céu
Convosco,
E participar
Das eternas alegrias.
Amém!
Fonte: Espada de Ogum

Solange Christtine Ventura
www.curaeascensao.com.br

SALVE NOSSO PAI OGUM:


Hoje quero mostrar o que é Ogum na África chegando até nossa Umbanda. Acredito que quando conhecemos algo de forma ampla fica mais fácil o entendimento de suas ações e o amor fica mais verdadeiro e forte.

Ogum, como personagem histórico africano, é apontado como o filho primogênito de “Odudua”, o fundador de Ifé (cidade da Nigéria, considerada a capital religiosa dos iorubás). Em todos os cantos da África negra Ogum é conhecido, fez-se respeitar pelo seu carácter devastador, pois soube conquistar cada espaço daquele continente com a sua bravura, caracterizado como o ORIXÁ CONQUISTADOR. Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições ele trazia sempre rico espólio e numerosos escravos. Pode-se dizer que Ogum matou gente no entanto matou a fome de muita gente, por isso, antes de ser temido, Ogum é calorosamente amado.

Ogum é a força do Avanço, do Trabalho, aquele que está sempre na frente. Ogum foi quem ensinou o homem a forjar o ferro e o aço, representando a avanço, a tecnologia e as transformações que o trabalho propicia. Para Ogum a retidão, a verdade e a justiça são importantes, mas sua principal ocupação não é determinar o que é certo ou errado, e sim fazer prevalecer aquilo que julga certo, portando Ogum faz justiça com as próprias mãos, empreendendo e decidindo, jamais deixando para outros o que julga ser problema e domínio seu.
Ogum, sendo irmão de Exu, tem grande entrosamento com ele. Se Exu é dono das encruzilhadas, assumindo a responsabilidade do tráfego, de determinar o que pode e o que não pode passar, Ogum é o dono dos caminhos em si, das ligações que se estabelecem entre os diferentes locais.

Oxossi sendo irmão de Ogum aprende com ele a arte da caça, de abrir caminhos pelas florestas e matas cerradas. Foi Ogum quem ensinou Oxossi a defender-se por si próprio e a cuidar da sua gente. Ogum fez de Oxossi o provedor.

Ogum não teve o direito de usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de miçangas dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubas, a Ele foi autorizado usar apenas um “simples” diadema, chamado de àkòró, o capacete.

No livro de Pierre Verger ‘Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns’, há algumas transcrições de textos onde historiadores, religiosos e pesquisadores tentaram desvendar os mistérios da África e dos Orixás. Entre essas transcrições vejam a de Herskovits, um importante antropólogo americano, escrito na década de 1930: Gu* situa-se, no panteão do céu, imediatamente após seus pais Mawu e Lisa. Gu, o deus do ferro, representa uma das principais forças do mundo para ajudar o homem. É a divindade particular dos que trabalham com o ferro. Foi ele quem tornou a terra habitável para o homem. Não é um ser sensível, mas uma força. Representam-no com um corpo de pedra e uma cabeça de ferro. Gu não é o ferro em si, mas sua prosperidade de cortar. Era ao mesmo tempo uma vareta ou um instrumento, o Gubassa, que Mawu pôs nas mãos de seu filho Lisa com a finalidade de arrotear (arar) a terra e ensinar aos homens o uso do ferro. Sem metal o homem não poderia viver. Gu tem o nome de Alisugbogukle (caminho fechado e Gu abre).

*Gu é o nome dado a Ogum pelo povo fon, população do sul do Benin e sul do Togo, do Reino do Dahomey.

Emocionante, não?
Agora vejam que beleza essa lenda mostrando, entre tantos detalhes, Ogum e Oxaguiã trabalhando juntos pela conquista da fé, que quando completa e verdadeira gera o alimento sempre farto. Mostra que Ogum dá as ferramentas de trabalho para aqueles que se ‘sacrificam’, e fica claro que quem tem que trabalhar é o próprio necessitado.
Ogum faz instrumentos agrícolas para Oxaguiã.

Oxaguiã, rei de Ejigbô, o Elejigbô, chamado “Orixá-Comedor-de-inhame-pilado”,
inventou o pilão para saborear mais facilmente seus prediletos inhames.

Todo o povo do seu reino adotou a sua preferência.

Todo o povo de Ejigbô comia inhame pilado.

E tanto se comia inhame em Ejigbô que já não se dava conta de plantá-lo.

E assim, grande fome se abateu sobre o povo de Oxalá.

Oxaguiã foi consultar Exu, que o mandou fazer sacrifícios
e procurar o ferreiro Ogum, que naquele tempo viva nas terras de Ijexá.

O que podia fazer Ogum para que o povo de Ejigbô tivesse mais inhame?,
consultou Oxaguiã.

Ogum pediu sacrifícios e logo deu a solução.

Em sua forja, Ogum fez ferramentas de ferro.

Fez a enxada e o enxadão, a foice e a pá, fez o ancinho, o rastelo, o arado.

“Leve isso para o seu povo, Elejigbô, e o trabalho na plantação vai ser mais fácil.

Vão colher muitos inhames, mais do que agora quando plantam com as mãos”, disse Ogum.

E assim foi feito e nunca se plantou tanto inhame e nunca se colheu tanto inhame.
E a fome acabou.

O povo de Ejigbô, agradecido cultuou Ogum e ofereceu a ele banquetes de inhames e cachorros,
caracóis, feijão-preto regado com azeite-de-dendê e cebolas.

Ogum disse a Oxaguiã:

“Na casa de seu Pai todos se vestem de branco, por isso também assim me visto para receber as oferendas”.

E o povo o louvava e Ogum ficou feliz.

E o povo cantava:

“A kaja lónì fun Ògúnja mojuba”.

“Hoje fazemos sacrifício de cachorros a Ogum,

Ogunjá, Ogum que come cachorro, nós te saudamos”.

Oxaguiã disse a Ogum:

“Meu povo nunca há de se esquecer de sua dádiva.

Dê-me um laço de seu abadá azul, Ogum, para eu usar com meu axó funfun, minha roupa branca.

Vamos sempre nos lembrar de Ogunjá”.

E, do reino de Ejigbô até as terras de Ijexá, todos cantaram e dançaram.

Um excelente sábado de Ogum a todos !! Muito Axé !!


Escrito por Mãe Mônica Caraccio

sábado, 22 de abril de 2017

OGUM - O SENHOR DO FERRO!!!


O GRANDE GUERREIRO







ESPADAS
Ogum é representado como um guerreiro armado, portando uma espada como símbolo de sua força. Ele é o senhor do ferro da guerra e da tecnologia, temperamento rude, não se prende a nada e nem a ninguém. É um Orixá que incita a guerra, para mostrar poder e aumentar seus bens, mas não descansa sobre suas glórias. Ogum é o dirigente, o rei que não quer ter suas ordens desobedecidas, quando contrariado, ele fica furioso, perde a razão e castiga impensadamente, arrependendo-se em seguida. Sua correlação é com o Deus da guerra Ares ou Marte da mitologia greco-romana, tendo características violentas desses deuses, bem como sua ligação com o ferro e o fogo. Foi Ogum quem ensinou os homens a forjar o ferro e o aço, pois é um feliz artesão, que confecciona suas próprias espadas para seus combates. Possui sete ferramentas de ferro como simbologia: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com os quais ajuda o homem a vencer a natureza. É o vencedor de demandas, que com sua espada, corta as dificuldades e castiga os faltosos. Ogum é um poderoso Orixá que defende a lei e a ordem, abre os nossos caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Tudo que está relacionado a conquistas, vitórias e lutas, são presididas por Ogum. É a própria lei divina em ação e o guerreiro buscando novos horizontes.
O povo da Bahia associa Ogum ao santo católico São Sebastião, que é festejado no dia 20 de Janeiro, mas o povo do Rio de Janeiro e São Paulo sincretizou Ogum à São Jorge Guerreiro, que se comemora em 23 de Abril.
O MITO - "A VINGANÇA"Ogum era o rei de Irê, Ogum Onirê. Conta-se que, tendo partido para a guerra, retornou a Irê depois de muito tempo. Ele chegou num dia em que se realizava um ritual sagrado. A cerimonia exigia que todos permanece-se em total silêncio. Não era permitido falar e nem se dirigir o olhar. Ogum sentia fome e sede, mas ninguém o atendia, ninguém falava com ele. Ogum então pensou que ninguém o reconhecera, por isso, sentindo-se humilhado e enfurecido, resolveu se vingar. Ele cortou a cabeça de seus súditos. Quando terminada a cerimonia, foi encerrado o silêncio e o filho de Ogum com alguns homens salvos da matança, vieram render homenagens ao rei. Foi quando Ogum reconhecera o erro cometido e se tomou de profundo arrependimento. Ogum então enfiou sua espada no chão e a terra se abriu, tragando-o solo abaixo, não era mais humano,se tornara um Orixá.

Dia da semana - Terça-feira
Cor - azul escuro (cor do metal quando aquecido na forja), vermelho, em alguns nações o verde
Elemento - fogo e metal
Instrumento - espada de ferro
Saudação - "Ogunhê"- (Olá, Ogum)


LOCAL DE DOMÍNIO - AS ESTRADAS - AR LIVRE E ESTÁ PRESENTE EM TODOS OS CAMINHOS



ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUMTem temperamento mutável, não age pela razão, mas pela impulssividade, colérico e prepotente. Não gosta de ser contrariado, valente, idealizador, trabalhador, renovador, galanteador, falante, sexualmente bem resolvido, franco e muito desconfiado. Quando se torna amigo, é extremamente fiel na amizade.
Pela minha máxima admiração, Ogum significa um poderoso muro de defesa e de grande personalidade, portanto não deve ser invocado em vão, pois controlar suas ações pode ser impossível. É o grande soldado da humanidade.


AS VARIAÇÕES DE OGUM
Ogum possui algumas variações (qualidades) de acordo com a cidade onde há seu culto. Na África seus nomes coincidem com sete cidades que formam o reino de Irê, com isso ganha suas particularidades e costumes. São eles:

Ogum Olode - chefe dos caçadores, solitário, amigo do mato e dos animais, conhecedor dos caminhos, não se alimenta de galo, por ser um animal doméstico. Sua origem é do Kéto.

Ogum Je Ajá ou Ogunjá - um de seus mitos, conta que fez um trato com Oxalá ajudando-o em seu reino. Também está ligado a Oxaguiã e Iemanjá. Possui esse nome por gostar de cães em suas oferendas, solitário e rabugento. Veste-se de verde escuro e usa suas contas verdes.

Ogum Mejê - é o mais velho de todos e a raiz dos outros, tendo como realização a conquista da sétima aldeia de Irê, deixando seu filho Adahunsi em seu lugar.

Ogum Waris - ele se apresenta com forças destrutivas e violentas, a saudação "Patakori" não deve ser usada para este Ogum, pois não é do seu agrado. Segundo os antigos, em um de seus mitos, ele ficou momentaneamente cego.


Ogum Onirê - este nome se deu quando ele passou a reinar em Irê. Oni = senhor e Irê = aldeia. Está ligado à morte e aos antepassados. O cortador de cabeças guerreiro e impulssívo. Usa também suas contas verdes.



Xorokê
Ogum Xorokê ou soroke - Este Ogum tende a confundir-se com Exu, pois possui um temperamento extrovertido, manhoso, agitado e instável, seu nome significa: Soro = falar e Ke = mais alto. Usa suas contas azul escuro que se aproxima do roxo.


Ogum Ajàká - É o rei de Oió e irmão de Xangô, particularmente agressivo, seco e voluntarioso, um sanguinário, veste-se de vermelho, é um militar costumado a dar ordens.


Ogum Lebede - é o Ogum dos ferreiros, trabalhador severo que não brinca em serviço, também um dos mais velhos, marido de Iemanjá Ogunté e pai de Ogum Akorò.

Ogum Wori - ele é um Ogum perigoso, dado a feitiçaria e de temperamento difícil, ligado aos màriwò; aos antepassados, um espírito dogmático.

Na Umbanda suas variações seriam: Ogum Metá (Beira Mar) - age nas orlas marítimas.
Ogum Iara - age nos rios, Ogum Naruê (Rompe Mato) - age nas matas, Ogum Malê - age contra o mal, Ogum Megê - age nas almas, Ogum Matinata - age nas colinas e nos campos e Ogum de Nagô - presença africana na Umbanda.


"SALVE OGUM"!
"PATACORI OGUM"!