quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

REPRESENTAÇÃO ANIMAL DOS ORIXÁS


A Umbanda é uma religião 100% brasileira que usa conceitos de outras religiões como o Candomblé, o Catolicismo, Religiões Indígenas (Pagelância, Jurema, etc), Espiritismo de mesa branca, entre outras para formar-se como religião independente, todavia, hoje em dia já é possível verificar ramificações da Umbanda, tais como: Umbandomblé, Umbanda Branca, etc.

Você já ouviu a expressão "Umbanda esotérica" ou "Umbanda cabalística"? Estas são apenas algumas ramificações dos tipos de Umbanda que consideram o estudo dos animais junto aos orixás (Forças da natureza), sejam por simbolização, analogia, complemento de linha, características e até magia, embora tenham ênfase muito mais para correlação de animais x Orixás x horóscopo tradicional / chinês e neste sentido, acabam por considerar a simbologia de animais diversos a cada linha correspondente do Orixá.

Já no Candomblé, dependendo da nação (Angola, Jêje, etc) também é possível considerar um animal como extensão do Orixá (por exemplo Borboleta como Yansã) ou sagrado por ele. Neste caso, lendas africanas respaldam esta ligação e simbolização do Orixá em e/ou com o animal.

Religiões indianas reverenciam animais como vaca, elefante, etc. Religiões egípcias tinham o gato como um animal sagrado. O próprio Jesus (Oxalá em terra) tinha um grande afinco com as ovelhas, sendo inclusive pastor.

Desde o homem primitivo das cavernas, o ser humano sente esta necessidade de desenhar, simbolizar, colocar para fora o que tem e sente dentro de si. A domesticação, convivência, uso, observação e até luta com os animais presentes na natureza fez e faz história da nossa espécie. Podemos ir desde a descoberta do fogo, passando pela arca de Noé e indo com macacos e cachorros para os foguetes na lua, marte e outros experimentos espaciais.

O homem reconhece o animal da natureza em seus ritos, em sua sociedade, em seu uso, em seu subjetivismo, em sua religião e até em seu modo de ser (como tribos antigas usavam mascaras e peles de animais como vestimentas), ou ainda mais atual, o jogo do bicho, a criação de zoológicos, a domesticação de animais (cães, gatos, aves, peixes, etc), o uso de animais em bandeiras representando nações e assim por diante.

Independente da vertente teórica, teológica ou religiosa que fundamenta esta ideia, é possível perceber que estes animais psicológica, social, antropológica ou até espiritualmente tornam-se sagrados em muitas religiões, pois passaram a ter ligação direta e muitas vezes sendo interpretado como a própria presença dos deuses próximo a um filho.

Temos a lógica de quando vemos alguém com uma tatuagem no corpo de uma cobra: pensamos logo... essa pessoa é de Oxumaré, quando uma pessoa só usa peixes, estrelas do mar ela é de Iemanjá ou até quem só usa borboletas sabe que ela é de Iansã.... Mas e os outros orixás... Qual é a relação deles com os animais?

O homem sempre sentiu uma força animal dentro de si. Quando falo em animal falo de todas as espécies que não o homo sapiens. Os grandes mestres sempre disseram que temos um animal dentro de nós. Os chamãs, por exemplo, em seus rituais, sempre imaginam ou sentem a força de animais selvagens com energias fluindo, fazendo o corpo vibrar. Como por exemplo, um logo, uma onça ou uma ave. Veja que a águia faz parte da bandeira de vários países. Como também na Bíblia, temos muitas citações em relação aos animais principalmente na ritualística sagrada. Não é a toa que os animais sempre fizeram parte dos altares de todas as religiões.

Eram sempre usados vários tipos de animais em rituais, especialmente os sacrificais. De certa forma o sacrifício de Cristo, é um ritual mais evoluído das praticas ritualísticas de todos os tempos, que empregavam os sacrifícios de animais em oferta aos deuses. No Candomblé, por exemplo, existe o uso em rituais usando vários tipos de animais. Vemos que no Egito os deuses eram vistos com aspectos de animais, ou com caras, olhos, bocas, chifres e até totalmente em forma de animal. Também foram desenvolvidas diversas formas de lutas marciais que empregam o movimento dos animais na arte da luta. Como por exemplo, o Kungfu, a Capoeira e muitas outras.

Uma outra coisa muito profunda é a simbologia do Zodíaco de vários povos que sempre empregou a imagem de animais, para simbolizar o signo do nativo nascido num certo período. E até mesmo a elaboração do mapeamento do céu usou a forma animal para nomear a maioria das constelações. Isso porque o ser humano sempre capta essa forma animal no sagrado.

E assim também cada orixá tem seu animal preferido, como Ogum que está sempre ligado ao cavalo, como também na Umbanda-Astrologica pelo signo de Áries ligado ao Carneiro. E assim por diante. Descubra qual animal mais mexe com sua natureza, meditando, fazendo uma reflexão dos seus atos e de suas emoções. Também que seu signo age internamente dentro de você, saiba que um ariano tem mais iniciativa para a guerra, um escorpiano mais iniciativa pra vingança e assim se segue. Sabendo no entanto que tudo pode ser amplificado, minimizado ou até anulado dependendo das configurações gerais do mapa.

Segundo as Escrituras a desgraça do homem sempre veio em simbologia animal. Primeiro a Serpente tenta ao casal no paraíso. Depois temos a adoração de um bezerro de ouro pelo povo no deserto e muitos outros fatos ligados ao demônio com ligação com o simbolismo animal. Como por exemplo, uma legião de demônios que foi tirados de um homem e colocando em porcos por Jesus. Mas, também temos a citação do Salvador simbolizado como um Cordeiro Divino, o Leão da Tribo de Judá e a Pomba do Paraclito Santo, uma das Três Pessoas da Santíssima Trindade. Então que cada um possa sentir a força de seu animal interno de forma positiva, como um tigre ou um leão como foi compreendido, nas forças vitais descritas por Sidharta o Buda.

Então como podemos relacionar os animais com os orixás? Que eu saiba não existe uma relação especifica de animal com Orixá, mais sim existem imagens que representam ou imagens vendidas em lojas que fazem esse tipo de representação, ou seja uma lista de animais que energeticamente combina com o reino de atuação de cada orixá. São considerados amuletos de cada um deles e nada tem relação com os trabalhos realizados no terreiro. Vale como aprendizado de sabermos que nossa fé possa estar relacionada às forças da Natureza e que eles não poderiam ficar de fora.

Voltando a Umbanda, em geral, temos 7 linhas ou 7 tronos sagrados. Em cada trono há 2 ou mais Orixás, então temos:

TRONO DA FÉ
Oxalá – Caramujo, pomba branca em algumas casas, o carneiro e igbi.
Oiá – Borboleta e libélula
Iroko – Tartaruga e papagaio

TRONO DO CONHECIMENTO
Oxossi – Abelhas, Pavão e faisão
Obá – Ganso e galinha de angola
Logum Edé – Pato

TRONO DA LEI
Ogum – Cavalo e cachorro
Yansã – Borboleta e búfalo
Exu – Gato, galo, rato
Eguns, quiumbas – Mosca, mariposa. aranha, barata, rato, centopeias, insetos em geral.

TRONO DA JUSTIÇA
Xango – Leão e tartaruga
Egunitá – Mico-leão dourado, onça pintada e leoas.

TRONO DO AMOR
Oxum – Canário, peixes de água doce, canário e galinha de angola (sendo este ultimo sagrado para ela)
Oxumaré – Cobras
Ibeji – Coelho, macaco, andorinha, papagaio

TRONO DA EVOLUÇÃO
Obaluaê – Cachorro branco, marrom e/ou mestiço
Nanã – Rã e caranguejo (nos Mangues)

TRONO DA VIDA
Yemanjá – Estrela do mar, peixes, golfinhos, lagosta, baleias, e sereias (Embora este ultimo não possa ser visto hoje em dia como um animal existente na fauna terrestre)
Omolu – Cachorro negro
Ewa – Cobra

fonte: pagina A  MAGIA NA UMBANDA FACEBOOK