quinta-feira, 18 de outubro de 2012

OS PRETOS VELHOS NA UMBANDA:


Os Pretos Velhos da Umbanda


          Pretos Velhos são entidades da umbanda, ou seja, espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro.

Histórico

          As grandes metrópoles do período colonial: Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc.; Subjugaram nações africanas, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.

          Os negros africanos foram levados a diversas colônias espalhadas principalmente nas Américas e em plantações no Sul de Portugal e em serviços de casa na Inglaterra e França.

          Os traficantes coloniais utilizavam-se de diversas técnicas para poder arrematar os negros:

          * Chegavam de assalto e prendiam os mais jovens e mais fortes da tribo, que viviam principalmente no litoral Oeste, no Centro-oeste, Nordeste e Sul da África.
          * Trocavam por mercadoria: espelhos, facas, bebidas, etc. Os cativos de uma tribo que fora vencida em guerras tribais ou corrompiam os chefes da tribo e financiavam as guerras e fazia dos vencidos escravos.

          No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII.

          Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubas; geges; hauçá; minas e malês.

          A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou muito caro:
          Arrancados de sua terra de origem, uma vida amarga e penosa esperava esses homens e mulheres na colônia: trabalho de sol a sol nas grandes fazendas de açúcar.

          Tanto esforço, que um africano aqui chegado durava, em média, de sete a dez anos!

          Em troca de seu trabalho os negros recebiam três "pês": pau, pano e pão. E reagiam a tantos tormentos suicidando-se, evitando a reprodução, assassinando feitores, capitães–do-mato e proprietários.
          Em seus cultos, os escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A "macumba" era, e ainda é um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos eram maneiras de aliviar a asfixia da escravidão. A resistência também acontecia na fuga das fazendas e na formação dos quilombos, onde os negros tentaram reconstituir sua vida africana.

          Um dos maiores quilombos foi o Quilombo dos Palmares onde reinou Ganga Zumba ao lado de seu guerreiro Zumbi, protegido de Ogum.

           
                        Ganga-Zumba                                         Zumbi dos Palmares
   
          Os negros que se adaptavam mais facilmente à nova situação recebiam tarefas mais especializadas, reprodutores, caldeireiro, carpinteiros, tocheiros, trabalhador na casa grande (escravos domésticos) e outros, ganharam alforria pelos seus senhores ou pelas leis do Sexagenário, Ventre livre e enfim a Lei Áurea.

          Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir mesmo de maneira precária uma união representativa da língua, culto aos Orixás e aos antepassados e tornaram-se um elemento de referência para os mais novos, refletindo os velhos costumes da Mãe África.

          Eles conseguiram preservar e até modificar, no sincretismo, sua cultura e sua religião.

          Os Pretos Velhos que trabalham hoje nas Roças de Santo, são divindades purificadas de antigos escravos africanos. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos".


          Estão associados aos ancestrais africanos, assim como os caboclos estão associado aos índios e os baianos aos imigrantes nordestinos.

          São entidades que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria, trazem esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar perscrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes.

          Muitas vezes se utilizam de benzimentos de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir.
          São os mestres da sabedoria e da humildade; Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito.

          Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são mestres dos elementos da natureza, aos quais utilizam em seus benzimentos.

          Na linha dos Pretos Velhos encontramos: os Tios e Tias, Pais e Mães, Avôs e Avós e todos com a forma do idoso, do senhor de idade, do escravo. Sua forma idosa representa a sabedoria, o conhecimento, a fé. A sua característica de ex-escravo passa a simplicidade, a humildade, a benevolência e a crença no “poder maior”, no Divino.



          A grande maioria dos terreiros de Umbanda, assim também suas entidades possuem a fé Cristã, ou seja, acreditam e cultuam Oxalá (no sincretismo com o catolicismo Jesus). Entidades aqui tomadas no sentido de espíritos que auxiliam aos encarnados, o mesmo que guia de luz.

          A característica desta linha seria o conselho, a orientação aos consulentes devido a elevação espiritual de tais entidades, são como psicólogos, receitam auxílios, remédios e tratamentos caseiros para os males do corpo e da alma.

          Os Pretos Velhos seriam as entidades mais conhecidas nacionalmente, mesmo por leigos que só ouviram falar destas religiões afro-brasileiras. O Preto Velho é lembrado também pelo instrumento que normalmente utiliza o cachimbo.

          Os nomes de alguns Pretos Velhos comuns de que se tem notícia são Pai João, Pai Joaquim de Angola, Pai José de Angola, Pai Francisco, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina, Tia Maria, Pai Jacó, Pai Benedito, Pai Anastácio, Pai Jorge, Pai Luís, Mãe Maria, Mãe Cambina, Mãe Sete Serras, Mãe Cristina, Mãe Mariana, Maria Conga, Vovó Rita, Vovó Joana dentre outros.

          Na Umbanda os Pretos Velhos são homenageados no dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea, a abolição da escravatura no Brasil.

Os pontos servem para saudar a presença das entidades, firmar sua força durante os trabalhos espirituais e envolver a todos os presentes, mas principalmente aos médiuns de incorporação, como uma harmonia a ajudá-los a se desligarem para que esta ocorra.

Fonte:http://mensageirosdaluz.blogspot.com.br
 
SÁBIA MENSAGEM DE UM PAI VELHO QUERIDO...

'O mundo não vai acabar, tá só começando
Nêgo presenciou hoje o nascimento de um espírito do bem.
Um iluminado, muzanfio. Foi uma festa!
Tem gente achando que o mundo vai acabar e, enquanto isso, Deus está trabaiando para tornar o mundo miô
(melhor).

É muito desperdício acabar um mundo como o nosso.
Tem que acabar é a injustiça, a maldade, a sombra da tirania, a corrupção envernizada, a dor das multidões...

Tem que acabar é o lamento dos preguiçosos, a covardia dos fortes e a crueldade dos inteligentes sem coração...

Tem que acabar é o abuso contra crianças, o fanatismo dos atormentados e o ódio das guerras...

Não será preciso exprodir (explodir) a Terra para isso terminar.
Hoje nasceu um espírito do bem que vai clarear os caminhos de milhões de pessoas.

Enquanto o homem vacila com a ideia do fim do mundo, vamos todos pensar que o trabaio nos espera.

O trabaio para criar miores escolas, ampliar os serviços da saúde com humanismo e construir mais ninhos para os nossos velhos.

Oh, muzanfio! Toma jeito!
Pára de pensar em fim de mundo.

Enquanto os fio pensa no fim, Deus tá ocupado em fazer um novo começo.

Vamos trabaiá como diz uma veia cantiga:

Trabaia, trabaiá...
Com amor trabaiá...
Trabaiá, trabaiá, trabaiá com amor,
Com amor trabaiá...'
 
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Psicografia de Wanderley Oliveira, em 17/10/12 - Belo Horizonte
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