quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PUNHAL CIGANO:


O punhal é um elemento muito importante na cultura e na dança cigana.

Assim como muitas mulheres que celebravam o sagrado durante a Idade Média foram condenadas como bruxas, também os ciganos sofreram muitas perseguições por ter conhecimentos esotéricos. Bruxos, feiticeiros, sacerdotes, ciganos… todos tiveram que adaptar seus cultos para que não fossem presos. A maioria passou a utilizar elementos do dia a dia em seus rituais e os transformaram em mágicos. Muitos usavam caldeirão e colher, outros, como ciganas e ciganos, passaram a usar o punhal e a adaga. Por isso, devemos escolher nosso punhal cigano com muito carinho. Afinal, com ele faremos mais do que danças – faremos rituais.

Para um povo nômade, uma faca é de extrema importância. É só lembrar que todo escoteiro quer ter seu canivete. Com ele cortamos alimentos, cordas para montar um acampamento e até mesmo é possível abrir o caminho com uma boa faca.

Assim também, nos períodos de nomadismo todo cigano tinha e ainda hoje tem uma boa faca. As mulheres geralmente preferem os punhais, mais estreitos e delicados. Os homens preferem as adagas, mais largas e boas para briga.

Na dança ritual, o punhal é usado para realizar curas e magias. A maneira de se trabalhar pode variar a cada clã ou família, mas geralmente mentalizamos as forças da natureza e fazemos movimentos que evocam os quatro elementos, de acordo com o que se deseja.

Mas nem sempre se podia celebrar em paz… Houve longos períodos em que os ciganos foram perseguidos, e milhares foram assassinados. Seus acampamentos eram invadidos, incendiados, atacados… Nem sempre conseguiam lutar, pois os inimigos eram em maior número. Mas se era possível se defender, um punhal podia ajudar. Por isso, muitas mulheres andavam com um punhal preso na perna, amarrado com um tecido. Por baixo da saia, ninguém saberia que estavam armadas.


Crédito: Marcelo Fioravanti

Na maioria das vezes, os ataques eram primeiramente direcionados aos homens. Assim, as mulheres ficariam à mercê dos invasores. Por isso, mesmo quando era possível fugir, muitas vezes sobreviviam mais mulheres do que homens. E, nessas épocas, as mulheres também brigavam entre si em nome do desejo de se casar com os homens do acampamento.

Há muitas lendas e histórias sobre lutas, batalhas, brigas com punhal. Nem sempre são verdadeiras, mas certamente representam a luta e a força dos ciganos. No bailado de desafio, representamos essa força. O ideal é que não se dance sozinha, e sim, em dupla, para que haja troca de energia. Mas lembre-se… coloque sua força no olhar, dance, sinta o prazer do desafio… e depois comprimente sua parceira de dança. A dança de desafio é só uma representação e acaba quando a música termina .

Brigitte Angel


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