Orixás
Obá, Orixá africano do Rio Obá ou rio Níger, terceira esposa de Xangô, identificada no jogo do merindilogun pelos odu odi, obeogunda e ossá. Guerreira, veste vermelho e branco, usa escudo, Arco e flecha Ofá. Obasy é a senhora da sociedade elekoo, porém no Brasil esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obasy é a senhora da sociedade lesse-orixa. Obá representa as águas revoltas dos rios. As pororocas, as águas fortes, o lugar das quedas são considerados domínios de Obá. Ela também controla o barro, aguá parada, lama, lodo e as enchentes. Trabalha junto com Nanã. Representa também o aspecto masculino das mulheres (fisicamente) e a transformação dos alimentos de crus em cozidos. Orixá, embora feminina, energética, temida, e forte, considerada mais forte que muitos Orixás masculinos, vencendo na luta Oxalá, Xangô e Orumilá.
ARQUÉTIPOS
O arquétipo de Obá é a das mulheres valorosas e incompreendidas. Suas tendências um pouco viris fazem-nas freqüentemente voltar-se para o feminismo ativo. As suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram geralmente compensação para as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantias de sucesso.
As pessoas de Obá tem temperamento forte, sensual. Ciumentas e apaixonadas elas não tem sorte no amor, são carentes e solitárias, fieis, sofridas, guerreiras, combativas, impetuosas e vingativas. Ao mesmo tempo são pessoas envolventes, sedutoras e objetivas.
Características
Seu maior símbolo……….espada, escudo
Suas plantas…………ipoméia, mangueira, manjericão, rosa branca
Seu dia………………………segunda-feira
quarta-feira
Sua cor………………………laranja, amarelo e vermelha
Seu mineral…………………cobre
Seus elementos…………….fogo.
água
Saudação……………………Obá Xirê!
Domínios:………………….águas revoltas
Comidas:……………………moqueca de ovos, abará, amalá, padê. Manga espada
Animais:……………………galinha d’angola
Quizilas……………………..sopa, peixe de água doce
Características……………..responsável, equilibrada, justiceira, séria, reprimida, invejosa, ressentida, intrigante.
Na Mitologia Yoruba, o nome Oyá provém do rio de mesmo nome na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger. É uma divindade das águas como Oxum e Iemanjá, mas també é relacionada ao elemento ar, sendo uma das divindades que controla os ventos. Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade que é uma das representações do Deus do Fogo. Assim como a Deusa Obá, Oyá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações, para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de erukê especial chamado de Eruexim com o qual estaria protegida dos Eguns. O nome Iansã trata-se de um título que Oyá recebeu de Xangô que faz referência ao entardecer, Iansã=A mãe do céu rosado ou A mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer. Os africanos costumam saudá-la antes das tempestades pedindo a ela que apazigue o Xangô o Deus das Tempestades pedindo a ele clemência.
Em Salvador, Oyá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados, é homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica, é um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé[1], além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
Segundo a liturgia católica, Santa Bárbara era uma adolescente de 15 anos muito bela e cheia de personalidade. Quando viajava, seu pai a trancava na torre para que ela não arranjasse pretendentes, pois queria ganhar um belo dote casando-a com um homem rico.
No candomblé, ela é Iansã, divindade dos ventos, raios e tempestades. Segundo as lendas yorubanas, Iansã foi mulher de Ogum. Ela o abandonou para viver com Xangô, divindade dos trovões e da justiça.
O filme O Pagador de Promessas, um drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte e baseado em história de Dias Gomes, foi filmado inteiramente na porta da Igreja de Santa Bárbara em Salvador, Bahia.
Em 4 de dezembro de 2008 Os festejos em homenagem a Santa Bárbara começaram às cinco horas, com queima de fogos de artifício, na alvorada, em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, onde, às sete horas, houve uma missa. Após as bênçãos, uma procissão percorreu as ruas do Centro Histórico de Salvador. O cortejo prosseguiu até o Corpo de Bombeiros, cuja corporação tem a santa como padroeira. A imagem da santa entrou na sede dos bombeiros, sendo saudada com fogos, sirene e jatos de água, deu uma volta no pátio e saiu em direção ao Mercado de Santa Bárbara, onde foi servido o tradicional caruru para os fiéis.
ARQUÉTIPOS
Segundo a mitologia, os filhos de Iansã são pessoas agitadas. Diretos no que querem, não escondem sentimentos de ninguém. Uma grande ofensa a Oiá é a agressão, de qualquer espécie, aos seus filhos. O agressor terá um adversário até à morte.
Os filhos de Iansã são pessoas propensas a dar grandes guinadas em suas próprias vidas, a qualquer momento, sem se importarem com ninguém. Não gostam de se prender a ninguém pois são livres como o vento.
Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã póximo de si (como madrinha por exemplo ou “mãe”) aqui na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente esas mulheres cuidam de tudo sozinha, até dos filhos.
Características
Dia: Quarta-feira
Data: 4 de Dezembro
Metal: Cobre
Cores: Marrom, vermelho e rosa
Comidas: Acarajé e abará
Símbolos: Espada e eruesin
Elementos: Ar em movimento, fogo
Região da África: Irá
Pedras: Rubi, terracota
Folhas: Pára-raio, louro, flor-de-coral, brinco-de-princesa
Odu que rege: Osá, Owarín
Domínios: Tempestades, ventanias, raios, morte
Saudação: Epahei!
Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba é um orixá feminino. O seu nome deriva do rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de Ijexá e Ijebu. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e Ôxê, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba oxum.
É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex. Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu…
Em seu livro Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns, Pierre Fatumbi Verger escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contém uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: “Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo.”
O Festival de Osun é realizado anualmente na cidade de Osogbo, Nigéria
O Bosque Sagrado de Osun-Osogbo onde se encontra o Templo de Osun é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2005.
Grande desavença
Oxum, Oyá, Obá eram esposas de Xangô. Obá queria fazer uma comida que agradasse o marido, mas não sabia por onde começar. Era a vez da segunda esposa, Oxum, cozinhar, e confusa, Obá lhe pergunta o que ela irá fazer para o marido em comum. Oxum responde que fará uma sopa que Xangô amava: Sopa de Orelha. Com isso, Oxum disse ter decepado sua orelha e posto na sopa, mas na verdade pôs cogumelos. Xangô comeu feliz e agradeceu a Oxum. Na vez de Obá, a mesma decepou a própria orelha direita e deu para o marido comer na sopa. Xangô ficou irado com ela, neste momento, Oxum tirou um turbante da cabeça revelando as duas orelhas intactas debochando muito da ingênua Obá, que foi expulsa do reino por Xangô. Com ódio mortal de Oxum, Obá se joga nas águas violentas de um rio e morre. Com isso, todo o seu choro antes de morrer se transforma num furioso rio, que arrebenta tudo pela frente. Na África há dois rios cujos nomes se Chama Oxum e Obá e eles batem um de frente com o outro enfurecidamente, arrebentando tudo que chega perto. Muitas mulheres aqui na Terra são filhas de Oxum e Obá tem uma tendência natural e, para elas, estranha tendência de se odiarem e se detestarem quando se verem pela primeira vez. Talvez essas mulheres não sejam de religiões afro-brasileiras e não sabem o que ocorre, e ficam se odiando a vida toda.
Brasil
Oxum – escultura de Carybé em madeira (Museu Afro-Brasileiro, Salvador (Bahia),Brasil. Oxum é um Orixá feminino da nação Ijexá adotada e cultuada em todas as religiões afro-brasileiras. É o Orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza, em Oxum, os fiéis também buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões e na vida financeira, tanto que muitas vezes é chamada de Senhora do Ouro que outrora era do Cobre por ser o metal mais valioso da época.
Na natureza, o culto à Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de águas minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos identificados por chorões.
Candomblé Bantu – a Nkisi Ndandalunda, Senhora da fertilidade, e da Lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com Oxum.
Candomblé Ketu – Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.
ARQUÉTIPO
As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.
Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino de bondade
Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura.
Características
Dia: Sábado
Cores: Amarelo – Ouro
Símbolo: Leque com espelho (Abebé)
Elemento: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas)
Domínios: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade
Saudação: Eri Yéyé ó!
Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são os raios e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. É tido como um Orixá poderoso das religiões afro-brasileiras.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do raio e do trovão, dono do fogo, foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele um dos Orixás que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Iku e Egun, o vermelho que lhe pertence.[carece de fontes?]Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumaré, considerado por ele como seu fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é um outro Orixá que não se dá com Xangô[carece de fontes?].Reza a lenda que Ayra era muito próximo de Xango, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xango, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xango percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvado e muito vagarosamente. Xangô então mandou que Ayrá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Ayrá, percebendo ali a sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xango sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Ayrá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô que nao suporta traições se irritou com a atitude de Ayrá cortando relações com ele e por essa razão eles não são cultuados da mesma forma. No Brasil, no entanto, Ayrá é feito junto com Xangô, porque realmente não há problemas desde que suas coisas estejam certas, porém na africa Ayrá é feito separadamente como um Orixá, com suas qualidades e pompas. As qualidades de Xangô são estas:[carece de fontes?]
Obá Afonjá – Àfonjá, o Bale (governante) da cidade de Ìlorin. Àfonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército provincial do império. Àfonjá descendia, por parte de mãe, de uma das famílias reais de Oyo.
Obá kosso – Nesse momento, Xangô, casa-se com Obá e funda a cidade de Kosso, nos arredores de Oyò, tornando-se seu Rei.
Obá Lubê – Nesse momento, Xangô, destrona seu irmão Dadà Ajakà, e assume o trono de Oyò. Época de grande expansão do império de Oyò.
Obá Irù ou Barù – Nesse momento, Xangô chega ao apogeu do império, cria o culto de Egungun, grande expansão, é o senhor absoluto dos raios e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destruir a capital do Reino com os raios numa crise de cólera, e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra da mesma forma que Ogun, daí o nome Obà Irù “Rei sepultado”.
Obá Ajakà – Também intitulado Bayaniym,” O pai me escolheu “, que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Obá Arainã – Personificação do fogo.
Obá Aganjù – Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
Obá Orungã – Filho de Aganjù com Yemanjà, violentou a própria mãe quando Aganjù não estava, este Orixá é o senhor do Sol.
Obá Ogodô – Tio de Xangô, por parte materna, rege os trovões os tremores de terra.
Obá Jakutà ou Djakutà – Esse Orixá, é a representação da justiça de Olorun, miticamente Xangô foi iniciado para este Orixá, é muito explosivo e justiceiro.
Obá Oraniã – Pai de Xangô, foi ele quem fundou o reino de Oyò, em muitas lendas, ele é o criador do mundo, é um guerreiro muito poderoso.
Olookê – Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.
ARQUÉTIPO
São pessoas conscientes de uma suposta beleza, sentimentos ligados a justiça, não admitem serem contrariados, podendo ser violentos e incontroláveis, tendência a obesidade, ligados a mãe, tem poder de liderança, gostam da vida, mas temem a morte, são vingativas, orgulhosas, teimosas, atrevidas, elegantes, gulosos, dorminhocos, são asseados, conquistadores, infiéis, ciumentos, senhores de suas obrigações, as vezes pão duros, não sabem perdoar, mas muito brincalhões.
Características:
Saudação: Kawó-Kabiesilé;
Cores: Vermelho e Branco ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho;
Dia da Semana: Quarta-Feira;
Elementos: Fogo, vulcões, trovões, raios, criador doCulto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
Pedra: Meteorito;
Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;
Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.
Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que na maioria dos mitos costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do iorubá Ibùalámo. Segundo as lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Ketu e Efan, sendo o seu culto muito difundido no Rio de Janeiro.
No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se na maioria dos mitos, Logunedé surge como filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogun e Iansã. Há, ainda, histórias que contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro Orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos que uma representação dos Orixás Gêmeos, Ibeji.
Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi que se fundem e se mesclam como mistério da criação, trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice de Oxum à alegria, à expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do conhecimento.
Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes o leva a ser representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na História das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá pai, mãe e filho que também se repete nas trilogias católica (Pai, Mãe e Espírito Santo), egípcia (Ísis, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras.
Como criança, Logunedé se liga ao lírio, símbolo de pureza e inocência, sendo o lírio da paz uma de suas folhas sagradas. Em um de seus mitos, ele é encontrado por Iansã Onira sobre um lírio. Ela o adota e passa a ser sua companheira inseparável, tanto que na feitura dos filhos de Logunedé no candomblé Iansã Onira costuma se apresentar como seu adjuntó.
Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino, sendo a androginia um traço do sagrado também em outras religiões, o que ocorre especialmente no cristianismo e no judaísmo com os anjos.
Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.
Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende com ele as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por Iansã como o príncipe dos Orixás. É amigo íntimo de Yewá, seriam eles os Orixás que se complementam, considerados o par perfeito.
Num mito raro, Logunedé se perde no caminho entre as casas de Oxum e Oxóssi, é encontrado pelo velho Omolu que o ampara e protege. Com Omolu, Logunedé aprende a arte da cura e a feitiçaria. O seu primeiro nome, Logun, no Brasil se mesclou ao segundo, Edé, nome da cidade iorubá na qual o seu culto se fortaleceu, formando Logunedé. Logun pode ser uma abreviatura de Ologun que, em iorubá, quer dizer feiticeiro.
Então, feiticeiro, caçador, pescador, príncipe guerreiro, esses são alguns títulos, alguns epítetos dados à Logunedé. Para Mãe Menininha do Gantois, “Logun é santo menino que velho respeita”.
Costuma ser cultuado no Candomblé, mas não na Umbanda.
ARQUÉTIPO
São pessoas de extremo charme e carisma, possuindo muitos amigos e admiradores. Sentem imensa compaixão pelas pessoas que sofrem, sempre tentando ajudá-las. A sinceridade é a sua maior virtude, porém irrita-se com muita facilidade. Basta ser contrariado e sua fúria aparece, muitas vezes perdendo o controle de suas ações, custando muito se acalmar. São perfeccionistas, querendo tudo ao seu modo. Não admitem erros de outras pessoas.
Agem por impulso, aproveitando ao máximo tudo o que a vida lhe oferece. São muito curiosos e espertos. Geralmente, quando crianças, adoram desmontar seus brinquedos para ver como são feitos. Na fase adulta, têm o dom de captar o íntimo das pessoas.
Os filhos de Logun-Edé têm muito interesse em aprender e viver novas experiências. Assim como o orixá, adaptam-se a todo tipo de ambiente e sabem como agir em cada situação. Têm umas características curiosas, que é a de estar sempre machucando as extremidades das mãos, pés e cabeça.
Desembaraçado, move-se com graça, elegância e refinamento. Tem muita sorte na vida; seus amigos em geral são pessoas da alta sociedade, com quem ele convive com muita dignidade. Ciumento e sedutor chama a atenção de qualquer um. Superimaginativo destaca-se nas artes em geral, como música, teatro e dança. É admirado por sua suavidade, inteligência e sensibilidade.
Está sempre elogiando as pessoas e cercado de bons amigos. É alguém que realmente sabe viver e aproveitar a vida, também disposto a deixar que os outros vivam.
Extremamente exótico, é um verdadeiro camaleão; muda de personalidade como quem muda de roupa. Está sempre de bom astral, otimismo é a sua palavra chave. Possui vontade firme e autoconfiança quase narcisista.
Características:
Dia da semana: quinta-feira e sábado
Cor: Amarelo Ouro e Azul Turquesa
Frutas: melão, maçã, banana, pêra, uva, ameixa.
Símbolo: o ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun – cuja tradução é “O Senhor escuta minha voz”), o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta), e abebé
Domínio: mata e cachoeiras, beira de rio
Axé: o mesmo que Oxossi e Oxum
Oferenda: omolokun (feijão fradinho e ovos cozidos), axoxô (milho cozido com coco)
Saudação: loci-loci logun
É a cobra-arco-íris em nagô, é a mobilidade, a atividade, uma de suas funções é a de dirigir as forças que dirigem o movimento. Ele é o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical que está sob o seu controle, é enterrado, geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Ele representa também a riqueza e a fortuna, um dos benefícios mais apreciados no mundo dos iorubás. Em alguns pontos se confunde com o Vodun Dan da região dos Mahi.
É o símbolo da continuidade e da permanência, algumas vezes, é representado por uma serpente que morde a própria cauda. Oxumarê é um orixá completamente masculino, porém algumas pessoas acreditam que ele seja macho e fêmea, porém o orixá feminino que se iguala a Oxumarê é Ewá sua irmã gêmea que tem dominios parecidos com o dele. Enrola-se em volta da terra para impedí-la de se desagregar. Rege o príncipio da multiplicidade da vida, transcurso de múltiplos e variados destinos.
De múltiplas funções, diz-se que é um servidor de Xangô, que seria encarregado de levar as águas da chuva de volta para as nuvens através do arco-íris.
É o segundo filho de Nanã, irmão de Osanyin, Ewá e Obaluayê, que são vinculados ao mistério da morte e do renascimento. Seus filhos usam colares de búzios entrelaçados formando as escamas de uma serpente que tem o nome de Brajá, usam também o Lagdigbá como Nanã e Omolu.
LENDAS DE OXUMARÊ
Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô). O adivinho do rei Oni. Sua única ocupação era ir ao palácio real no dia do segredo; dia que dá início à semana, de quatro dias, dos iorubás. O rei Oni não era um rei generoso. Ele dava apenas, a cada semana, uma quantia irrisória a Oxumaré que, por essa razão vivia na miséria com sua família.
O pai de Oxumaré tinha um belo apelido. Chamavam-no “o proprietário do chale de cores brilhantes”. Mas tal como seu filho, ele não tinha poder. As pessoas da cidade não o respeitavam. Oxumaré, magoado por esta triste situação, consultou Ifá. “como tornar-me rico, respeitado, conhecido e admiradopor todos?” Ifá o aconselhou a fazer oferendas. Ele disse-lhe que oferecesse uma faca de bronze, quatro pombos e quatro sacos de búzios da costa.
No momento que Oxumaré fazia estas oferendas, o rei mandou chama-lo. Oxumaré respondeu: “Pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia.” O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré, recriminou-o e negligenciou, até, a remessa de seus pagamentos habituais. Entretanto, voltando à sua casa, Oxumaré recebeu um recado: Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo a respeito de seu filho que estava doente. Ele não podia manter-se de pé. Caía, rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro.
Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum e consultou Ifá para ela. Todas as doenças da criança foram curadas. Olokum, encantada por este resultado, recompensou Oxumaré. Ela ofereceu-lhe uma roupa azul, feita de rico tecido. Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo, sobre o qual Oxumaré retornou à sua casa em grande estilo. Um escravo fazia rodopiar um guarda sol sobre sua cabeça e músicoa cantavam seus louvores.
Oxumaré foi, assim, saudar o rei. O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe: “Oh! De onde vieste? De onde sairam todas estas riquezas?” Oxumaré respondeu-lhe que a rainha Olokum o havia consultado. “Ah! Foi então Olokum que fez tudo isto por voce!” Estimulado pela rivalidade, o rei Oni ofereceu a Oxumaré uma roupa do mais belo vermelho, acompanhada de muitos outros presentes. Oxumaré tornou-se, assim, rico e respeitado. Oxumaré, entretanto, não era amigo de Chuva. Quando Chuva reunia as nuvens, Oxumaré agitava sua faca de bronze e a apontava em direção ao céu, como se riscasse de um lado a outro. O arco-íris aparecia e Chuva fugia. Todos gritavam: “Oxumaré apareceu!” Oxumaré tornou-se, assim, muito célebre. Nesta época, Olodumaré, o deus supremo, aquele que estende a esteira real em casa e caminha na chuva, começou a sofrer da vista e nada mais enxergava. Ele mandou chamar Oxumaré e o mal dos seus olhos foram curados. Depois disso, Olodumaré não deixou mais que Oxumaré retornasse a Terra. Desde esse dia, é no céu que ele mora e só tem permissão para visitar a Terra a cada três anos. É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.”
ARQUÉTIPO
o arquétipo de comportamento associado à figura desse Orixá complexo está a tendência à renovação, a compulsividade à mudança. Seus filhos estão entre aquelas pessoas que, de tempos em tempos, mudam tudo em sua vida: mudam de casa, de amigos, de emprego, como se ciclos se sucedessem sempre, obrigatoriamente, exigindo e provocando rompimento com o passado e iniciando diuturnamente a busca de um novo equilíbrio que deverá persistir até num novo momento de ruptura, desintegração e substituição. Mutabilidade, reinício é seu princípio básico, aproximando-o dos mitos ocidentais referentes ao planeta Plutão, o astro da morte, da destruição, da revolução como forma de renascimento e ressurreição.
Também são apontados nos filhos de Oxumarê certos traços de orgulho e de ostentação, algo que os aproxima do clichê do novo-rico, exibicionista, quando surge um grave problema para alguém de sua amizade, e que precisa efetivamente da sua ajuda.
Fisicamente, os filhos de Oxumarê tendem a se movimentar extremamente leve, pouco levantando os pés do chão. Têm em comum com a cobra a facilidade em serem silenciosos, armarem seus botes na vida sem que as pessoas em torno se percebam disso e só atacando seus inimigos quando têm plena certeza da vitória, que a vítima está encurralada num território que não é o seu.
Características:
A mutação e renovação constantes também são características de Oxumaré, além da dualidade.
Sincretismo: é identificado a São Bartolomeu.
Cores: são o verde e amarelo ou todas as cores do arco-íris.
Oferendas: secas – milho branco, acarajé, paçoca, coco, mel, feijão, ovos e dendê; outras – azeite, camarões, cebola, acaçá.
Locais: como Oxum, recebe as oferendas nas cachoeiras.
Saudação: Arrobobô!
Simbolismo: Tridente com uma cobra, Arco-íris.
Dia da semana: segunda-feira e para outros terça-feira
Ossanhe, Ossain, Ossanha, ou Osanyn é a entidade das folhas sagradas, ervas medicinais e litúrgicas, identificado no jogo do merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pela cultura Jeje-Nago, através do assentamento sagrado denominado igba ossaim. Sua importância é primordial. Nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua interferência. O seu sacerdote é o Babá Olosayin.
É o detentor do axé (força, poder, vitalidade), de que nem mesmo os Orixás podem privar-se. Esse axe encontra-se em folhas e ervas específicas. O nome dessas folhas e o seu emprego é a parte mais secreta do ritual do culto dos Orixá, Vodun e Inkice.
O símbolo de Ossanhe é uma haste de ferro de cuja extremidade superior partem sete pontas dirigidas para o alto. A do centro é encimada pela imagem de um pássaro.
Ossanhe é o companheiro constante de Ifá. É representado por uma sineta de ferro forjado, terminada por uma haste pontuda enfiada em uma grande semente. A haste é fincada no chão, ao lado do osun (o asen dos fon) do babalawo. Por sua presença, Ossanhe traz a influência das folhas para as operações da adivinhação.
LENDA DE OSSANHE
Ossanhe recebera de Olodumare o segredo das folhas. Ossanhe sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidente. Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Ossanhe para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar Ossanhe a propriedade das folhas. Falou dos planos à sua esposa Iansã, Explicou-lhe que, em certos dias, Ossanhe pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. –Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias, disse-lhe Xangô. Iansã aceitou a missão com muito gosto.
O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os Orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossanhe permaneceu “senhor/senhora do segredo” de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação. E assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto. Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.
ARQUÉTIPO
A pessoa cujo Orixá de cabeça seja Ossanhe é considerada pelo culto um filho do Orixá, ou seja, alguém que carrega manifestações de temperamento e uma visão de mundo coerente com as de energia-base, que é o próprio Orixá.
Segundo o pesquisador francês Pierre Verger, um apaixonado pelo Candomblé, que é inclusive um iniciado, o arquétipo psicológico associado a Ossanhe é o das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções.
Os filhos de Ossanhe são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o responsável pela sua falta de interesse. O tipo de Ossanhe é o mais reservado, pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério ou pelo menos uma reserva sobre o próprio passado, podem estar presentes, sem chamar a atenção e evitando que alguém conheça detalhes sobre sua vida pregressa, a qual geralmente esconde alguma falta importante do passado, possivelmente já esquecida.
O filho de Ossanhe, tem certa atração pela religiosidade e pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e imutáveis relações sociais ad eternum, mas nos que elas tem de místico, de teatral. É, conseqüentemente, meticuloso, nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é, caprichoso.
Características:
- Cor Verde e Branco
- Fio de Contas Contas e Miçangas verdes e brancas
- Símbolo: Ferro com sete pontas com um pássaro na ponta central. (Representa uma árvore de sete ramos com um pássaro pousado sobre ela)
- Dia da Semana Quinta-feira
Elemento Terra
Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho), é a energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra). A interface pele/ar. A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No aspecto positivo, ele rege e cura, através da morte e do renascimento.
Diz o mito que Obaluaiê é filho de Nanan (a lama primordial de que foram feitas as cabeças – oris – humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e de marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nanan seduziu Oxalá, mesmo sabendo que ele era interditado por ser o marido de Yemonjá.
Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nana o abandonou à beira do mar, para que a maré cheia o levasse. Yemonjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Yemonjá e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado.
Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada. Obaluaiê, triste e angustiado, saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola e os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.
Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens os alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer que fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.
Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansan, a deusa dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade. E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansan-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam entre os homens.
Os Yorubas acreditam que este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento.
Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nana), a umidade dela (por sua adoção por Yemonjá) e as doenças das plantações.
HOMEM DE OBALUAIÊ
Para quem gosta de segurança, o filho desse santo é a pedida certa. Companheiro, amigão, solidário e amoroso, procura entender a pessoa amada e dá o melhor de si para fazê-la feliz. Parece mentira que exista alguém assim, mas não se entendermos que este homem é altamente espiritualizado, desligado do lado mesquinho do mundo. Com ele não adianta fazer charme: prefere mulheres objetivas, inteligentes e principalmente românticas como ele. Por ser assim, será muito difícil encontrá-lo em lugares badalados e movimentados. Sério e responsável, não gosta de agitos e comporta-se como um cavalheiro até na intimidade. Precisa, mais do que ser desejado, sentir que é amado e necessário à pessoa com quem se envolveu e pela qual nutrirá um ciúme bastante discreto.
MULHER DE OBALUAIÊ
De temperamento forte, ela não aceitará nunca um companheiro que a queira dominar, precisa encontrar um homem à sua altura. Sua preferência recai sobre os que são altos, fortes, inteligentes e animados no jogo do amor. Discreta, nunca será a primeira a atacar. Vai observar bem, antes de se aproximar de quem está interessada e, quando se apaixonar, deixará transparecer todo o seu ciúme. É aquele tipo de mulher que procurará sempre pixar quem ela flagrou de olho no seu par. Isso porque, quem lhe pertencer, será só dela mesmo e de mais ninguém. Se o parceiro entender isso, terá ao seu lado uma bela figura de mulher, que fará sucesso em festas e reuniões e que, sexualmente, é uma parceira ativa e disposta a inovar sempre nas brincadeiras e jogos de amor.
SAÚDE
Quase todos os filhos de Obaluaiê/Omolu têm problemas de saúde ligados a barriga, bexiga, dores nas costas e traxem marcas nas pernas ou no corpo.
Características:
Dia da semana: segunda-feira
Cores: preto, vermelho e branco
Símbolo: Xaxará (um tubo de palha trançada com sementes mágicas e segredos dentro).
Número: 13
Comida: pipoca
Saudação: Atotô!
Òsóòsí Ode òkè àró( Salve o caçador )
É o orixá caçador, que vive nas florestas e nas terras verdes não cultivadas. Está associado à lua e à noite, por ser o melhor momento para a caça. Sua técnica consiste em esperar, pacientemente, a preza aproximar-se para, então, deferir seu tiro certeiro. Seus poderes mágicos são muito importantes, através dos quais os caçadores enfrentam os seres encantados que habitam as florestas.
Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto “o caçador de uma flecha só”, pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto “o caçador de uma flecha só”.
Na mitologia yorubana, Odé é filho de Yemonjá e irmão de Ogun, que, assim como ele, adora a liberdade. Está relacionado à fartura, prosperidade e à eterna convivência com a natureza.
Odé tem como missão trazer caça para todos os povos do mundo. A caça simboliza o alimento necessário para a sobrevivência das espécies e, também, a busca de novos caminhos para o desenvolvimento.
A atividade de caçador sempre foi considerada pioneira e muito importante, trazendo para seus integrantes uma posição de destaque entre os seus.
Devido à sua principal atividade, Odé permanece muito tempo isolado, concentrando-se totalmente na tarefa que está desempenhando.
Odé também é reverenciado durante os rituais de colheita e de fertilização do solo.
Oxóssi é o arquétipo daquele que busca ultrapassar seus limites, expandir seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo “de fora”, a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Enquanto cabe a Ogum a transformação deste conhecimento em técnica.
LENDA DE ODÉ
Na cidade de Ifé, realizavam-se festividades e rituais por ocasião das colheitas. Os sacerdotes da aldeia, fugindo aos seus costumes, não realizavam as oferendas obrigatórias para três das maiores bruxas conhecidas: as Iya-mi Oxorongás. Esse ato imperdoável precisava de uma boa punição. Foi assim que elas enviaram um enorme pássaro para assombrar aquela aldeia.
A ave ficou pousada no telhado do palácio, de onde podia avistar toda a cidade.
Um clima de medo e mau agouro espalhou-se entre os moradores, que não sabiam o que fazer para acabar com aquele terrível monstro. Oferendas foram realizadas para as Oxorongás, mas sem resultado. Era tarde demais para isso.
Foi então que alguns caçadores se apresentaram para matar o pássaro das bruxas, mas foram todos derrotados. O último caçador possuía apenas uma flecha, e era a última esperança de livrar a aldeia da morte. Esse caçador era Odé.
Sua mãe, que estava longe daquele lugar, teve um mau presságio com relação a ele. Consultando um babalawô, teve a confirmação do que já sabia: seu filho corria grande perigo.
Foram necessárias muitas oferendas para que a missão de Odé fosse executada com perfeição e, graças a isso, Odé pôde matar o pássaro com sua única flecha, livrando sua aldeia da aniquilação. Desde então, vem sendo venerado por esse povo.
HOMEM DE OXOSSI
Pouco conservador possui múltiplos interesses. Não analisa qualquer assunto por um tempo maior. Sua atuação é seria, partindo do interesse que algo lhe provoca, observar, emitir um conceito próprio e ir adiante, atrás de novidade. Não consegue deter tempo suficiente para conhecer profundamente algum assunto, mas conhece um pouco de tudo. Gosta de companhia, faz parte do seu temperamento alegre. As crianças o adoram, dá bastante liberdade e as estimula a variar a suas atividades, embora seja falho no lado disciplinar. Não é ciumento e não quer ser alvo de ciúmes nem quer que sua liberdade seja tolhida por causa dele. Aguns filhos de Oxóssi com problemas emocionais e profissionais passam por períodos de depressão. Podem ser vítimas de traições e pode ter atos e palavras mal interpretados.
MULHER DE OXOSSI
A filha de Oxóssi é uma intelectual, embora administre bem o seu lar passa pouco tempo dentro dele, prefere o ambiente profissional ou a vida em sociedade. O homem que se casa com essa mulher, casa-se com muitas mulheres diferentes ao mesmo tempo. Surpreende sempre. É criativa divertida, curiosa por qualquer novidade, fiel e dedicada. Variar é seu ponto forte. A parte física de uma relação é a que menos interessa. A mulher de Oxóssi aproxima-se de alguém que a atraia mental e espiritualmente. Gosta de discutir. É muito temperamental e petulante. Fala para ferir quando está brigando. Como mãe, é maravilhosa. Ensina os filhos a independência. É imaginativa e amorosa e organiza para eles muitas atividades estimulantes. A traição não está na natureza da filha de Oxóssi. Ela jámais sacrificaria o lar e os filhos por uma aventura.
SAÚDE
O sistema nervoso do filho de Oxóssi é muito sensível, é o primeiro a refletir o seu desequilíbrio físico. A insônia é um problema pra esse filho, pois impede que repouse seu cérebro ativo como deveria. Ele raramente consegue dormir o necessário. Acidentes, ferimentos, contusões, pancadas que atingem seus ombros, braços, mãos e dedos são freqüentes, bem como danos às pernas e aos pés. Os pulmões, intestinos e o estômago são órgãos que costumam apresentar alguma fragilidade. Artrite e o reumatismo também podem afligir a saúde dos filhos de Oxóssi.
Características:
DIA: Quinta-feira
COR: Azul-Turquesa
SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
ELEMENTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)
DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura
SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!
Ògún yè , pàtàkì orí Òrìsà
( Salve Ògún , Òrixá importante da cabeça espiritual )
Ogum (em yoruba: Ògún) é, na mitologia yoruba, o orixá ferreiro, senhor dos metais. O próprio Ogum forjava suas ferramentas, tanto para a caça, como para a agricultura, e para a guerra. Na África seu culto é restrito aos homens, e existiam templos em Ondo, Ekiti e Oyo. Era o filho mais velho de Oduduwa, o fundador de Ifé, identificado no jogo do merindilogun pelos odu etaogunda, odi e obeogunda, representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba ogun. É filho de Oduduwa e Yembo, irmão de Xangô, Oxossi, Oxun e Eleggua. Quando Odudua esteve temporariamente cego, Ogum tornou-se seu regente em Ifé.
Ogum é considerado o primeiro dos orixás a descer do Orun (o céu), para o Aiye (a Terra), após a criação, um dos semideuses visando uma futura vida humana. Em comemoração a tal acontecimento, um de seus vários nomes é Oriki ou Osin Imole, que significa o “primeiro orixá a vir para a Terra”.
Ogum foi provavelmente a primeira divindade cultuada pelos povos yorubá da África Ocidental. Acredita-se que ele tenha wo ile sun, que significa “afundar na terra e não morrer”, em um lugar chamado ‘Ire-Ekiti’.
É também chamado por Ògún, Ogoun, Gu, Ogou, Ogun e Oggún. Sua primeira aparição na mitologia foi como um caçador chamado Tobe Ode.
Ogun, Senhor Deus da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Deus do fogo ou aço em que são forjados os instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a bigorna, a pá, etc. É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Bará porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum é o dono das estradas de ferro e caminhos. Foi Ogum quem ensinou aos homens como forjar o ferro e o aço. Protege também as portas de entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros, trabalhadores e agricultores.
Ogum é um orixá importantíssimo na África e no Brasil. Sua origem, de acordo com a história, data de eras remotas. Ogum é o último imolé.
Os Igba Imolé eram os duzentos deuses da direita que foram destruídos por Olodumaré após terem agido mal. A Ogum, o único Igba Imolé que restou, coube conduzir os Irun Imole, os outros quatrocentos deuses da esquerda.
Era um guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, “Rei de Irê”.
LENDA DE OGUN
Ogun vivia em sua aldeia, quando foi requisitado para uma guerra, que não tinha data para acabar. Antes de partir, ele exigiu que seus habitantes dedicassem um dia em sua homenagem, fazendo o sacrifício de jejuar e fazer silêncio absoluto, além de outras oferendas. Partiu, em sua longa jornada, para os campos de batalha, onde permaneceu sete anos. No regresso à sua aldeia, caminhou durante muitos dias, sentindo muito cansaço. A fome e a sede também o atormentavam.
Na primeira casa que encontrou pediu água e comida, mas ninguém o atendeu, permanecendo calados e de olhos fixos no chão. Resolveu, então, fazer outra tentativa na próxima casa, mas a cena foi a mesma, o que despertou sua ira. Ele esbravejou com os moradores, exigindo que falassem com ele, mas ninguém o fez. Não se conformava com tamanha falta de respeito, depois de ter lutado tanto! Ogun esperava uma recepção calorosa em sua própria aldeia, mas, ao contrário, só encontrou silêncio.
À medida que avançava pelo interior da cidade, a mesma coisa se repetia, casa após casa. Ogun nem imaginava o que estava acontecendo. Perguntava e não recebia resposta. Sua ira já estava incontrolável, quando chegou ao centro do povoado, onde haviam muitas pessoas. Estranhou o fato de ninguém estar conversando. Perguntou a eles onde estavam suas famílias, mas não obteve resposta. Era uma afronta! Foi assim que, evocando todos os seus poderes, Ogun dizimou sua própria aldeia.
Caçadores que passavam pela cidade, entre eles seu filho, o reconheceram e tentaram aproximar-se. Vendo que sua cólera era imensa, resolveram evocar Exú para acalmá-lo. A ira desse orixá finalmente foi aplacada. Seu filho, indignado ao ver tanta destruição, indagou o motivo que levou seu pai a cometer tal atrocidade. Ogun respondeu que aquelas pessoas lhe faltaram com respeito quando não o reconheceram. Precisavam de um castigo. Foi, então, que seu filho fez-lhe lembrar da exigência que fizera antes de partir para a guerra. Ogun, tomado pelo remorso, devido à sua crueldade com pessoas que só estavam obedecendo ordens, abriu o chão com sua espada enterrando-se de pé.
O HOMEM DE OGUM
Como seu orixá protetor, o filho de Ogum é um guerreiro também nos assuntos do coração. Passional, sempre empenhado em manter o jogo da conquista , é um amante completo. Ativíssimo sexualmente, superprotetor com a pessoa amada, interessado em satisfazer-lhe as vontades, o companheiro de Ogum garante à sua parceira uma vida feliz em todos os sentidos.. Por isso mesmo é um homem muito cobiçado pelas mulheres. E como sente necessidade de viver em permanente estado de paixão, torna-se presa fácil as aventuras amorosas. Isso gera grandes conflitos internos nele e na pessoa amada.
A MULHER DE OGUM
A protegida de Ogum é uma mulher que reúne as características femininas e masculinas. Bonita e sensual por fora, ela pensa com cabeça de homem . Justamente por ser assim, expôe-se mais que as outras mulheres e destaca-se em qualquer lugar. Também é esse seu lado masculino muito forte que a faz prezar a sua liberdade e independência acima de tudo, com reflexos na vida afetiva. É a mulher de Ogum quem conquista o homem e é ela também que o dispensa quando não o quer mais. Essa característica faz dela uma mulher difícil para parceiros machistas. Mas conquista-la não é uma tarefa difícil e sim mantê-la sob domínio. Ela precisa de um companheiro por quem tenha grande admiração ou do qual dependa de alguma forma . E esse homem, por sua vez deverá aprender a conviver com muitas cenas de ciúme.
SAÚDE
A saúde de um filho de Ogum é boa .ele é resistente e sua constituição forte evita as doenças.os pontos fracos dele são as articulações,as dores de cabeça ,as febres fortes.
Quando está doente o filho de ogum não quer ficar em repouso .é muito trabalhoso convence-lo a descansar e dar tempo ao seu corpo para se recuperar.só fica na cama quando está verdadeiramente mal ,aí então fala pouco e fica nervos com a obrigação em parar para se refazer.
Seus problemas de saúde são mais para o tipo violento e repentino do que para doenças crônicas e demoradas.
As doenças nervosas como ulceras, esgotamentos e depressão são menos comuns, mas podem atingi-lo se ele cometer excessos de trabalho ou for mal sucedido em seus empreendimentos.
Características
Dia: Terça-feira
- Metal: ferro;
- Cor: azul marinho ou azul escuro e/ou verde;
- Comida: feijoada e inhame;
- Arquétipo: impetuosos, autoritários, cautelosos, trabalhadores, desconfiados e um pouco egoístas;
- Símbolos: espada, facão, corrente de ferro.
Àse Esù yóò bá o gbé làyè!
(Que a energia de Exú acompanhe você por toda a vida!)
Èsù é um Orixá africano, também conhecido como: Exu, Esu, Eshu, Bara, Ibarabo,Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú,. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos.
Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, mundo material e espiritual, seja plenamente realizada.
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um absurdo dentro da construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do Mal. Mesmo porque nesta religião não existem diabos ou mesmo entidades encarregadas única e exclusivamente por coisas ruins como fazem as religiões cristãs, estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso, pelo contrário na mitologia yoruba, bem como no candomblé cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como nós mesmos.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele. No entanto, como tudo no universo, possui de um modo geral dois lados, ou seja: positivo e negativo. Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é o cargo denominado de Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa “chefe de uma missão”, pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra utilizados de forma bem precisa, em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”. E assim é Exu, o orixá que faz: O erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, através de uma artimanha, conseguiu ser o Rei da região, tornando-se um dos Reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil, o reverenciam também com este nome.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.
Uma característica marcante de Exú é ser o detentor e o transmissor da fertilidade e da fecundação. Esse orixá cuida da parte sexual dos seres vivos e de seus órgãos de reprodução. Nas diversas formas de representar esse orixá, como estátuas e ferramentas, vemos em destaque a genitália masculina e feminina. Algumas esculturas de Exú exibem uma forma fálica (pênis) no alto de sua cabeça. isso, longe de ser obsceno, é uma forma de exibir a extrema fertilidade de Exú.
Na concepção africana, a fertilidade é importantíssima, não só para a procriação, mas em todos os planos da existência, como na agricultura, por exemplo. A fertilidade existente no ser humano possibilita o seu desenvolvimento físico e mental, aguçando a sua criatividade e poder realizador.
Um outro aspecto de Exú é a expansão constante e infinita, que se traduz na própria evolução dos seres vivos, do planeta e do universo. Por esse motivo, a espiral é sua melhor representação.
A abertura dos caminhos também é de sua responsabilidade, sendo, por isso, constantemente evocado. Ogun, que também é o dono dos caminhos, é muitas vezes comparado a Exú, por suas particularidades. A diferença está na criação desses orixás. Exú foi o terceiro elemento criado diretamente por Olorun, e Ogun nasceu de outros dois orixás, sendo um eborá (orixá filho).
Exú, segundo a mitologia, adora inverter a ordem estabelecida, como, por exemplo, a mulher trabalhar fora de casa e o homem gerar as crianças e cuidar de todas as atividades do lar. Isso serve para incentivar mudanças e desenvolvimento. Além disso, ele é muito irreverente, adorando resolver e propor enigmas. Caminha no tempo e espaço com tranqüilidade, buscando coisas no passado, presente e futuro; por isso, é o detentor do oráculo divinatório, juntamente com Orunmilá.
As diferenças físicas que existem entre todos os seres, principalmente os humanos, é um atributo de Exú; caso contrário, seríamos exatamente iguais. A impossibilidade de comunicação entre os povos num mesmo idioma também se deve a Exú.
O HOMEM DE EXÚ
Exu , o Orixá do sexo, da procriação e da fertilidade, faz de seus filhos homens com enorme poder de sedução. Afinal, cabe a ele o papel de dar continuidade à espécie. Mas justamente por ser extremamente sensual , e também por ser versátil, será capaz de agir dessa forma com várias pessoas ao mesmo tempo. O mais interessante de tudo é que ele dificilmente se afasta definitivamente das mulheres com quem manteve vínculos amorosos e sexuais. Por esta razão, não é difícil reconquistá-lo, principalmente se ele se deu bem sexualmente com essa parceira interessada em tê-lo de volta .
A MULHER DE EXÚ
Assim como o homem de Exú, a mulher é dotada de muita sensualidade. Mas esta é uma característica que ela não deixa transparecer com facilidade. Pelo contrário, tentará escondê-la atrás de uma imagem bastante reservada . Poderá fazer isso durante toda vida se não se sentir segura com seu companheiro. E segurança emocional para uma filha de Exú significa encontrar um homem que desenvolva com ela uma grande cumplicidade. Aí sim ela se soltará e se mostrará como realmente é: extremamente sensual . Só que para revelar-se plenamente deverá ser conduzida, porque a filha de Exú costuma ser passiva nas artes do amor.
Características:
Dia: Segunda – Feira
Côres: Prêto e Vermelho
Numero: 1
Comida: Farofa de Dendê , Cachaça e Mel
Domínio: Porteiras , Encruzilhadas e Caminhos
Saudação: Kóbá Larôiê ! Oxeturá L’orunkó Ayabá! Larôiê!
Fontes: Wikipedia/Fietreca
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