O GRANDE GUERREIRO
ESPADAS
Ogum é representado como um guerreiro armado, portando uma espada como símbolo de sua força. Ele é o senhor do ferro da guerra e da tecnologia, temperamento rude, não se prende a nada e nem a ninguém. É um Orixá que incita a guerra, para mostrar poder e aumentar seus bens, mas não descansa sobre suas glórias. Ogum é o dirigente, o rei que não quer ter suas ordens desobedecidas, quando contrariado, ele fica furioso, perde a razão e castiga impensadamente, arrependendo-se em seguida. Sua correlação é com o Deus da guerra Ares ou Marte da mitologia greco-romana, tendo características violentas desses deuses, bem como sua ligação com o ferro e o fogo. Foi Ogum quem ensinou os homens a forjar o ferro e o aço, pois é um feliz artesão, que confecciona suas próprias espadas para seus combates. Possui sete ferramentas de ferro como simbologia: alavanca, machado, pá, enxada, picareta, espada e faca, com os quais ajuda o homem a vencer a natureza. É o vencedor de demandas, que com sua espada, corta as dificuldades e castiga os faltosos. Ogum é um poderoso Orixá que defende a lei e a ordem, abre os nossos caminhos e vence as lutas, agindo pelo instinto para defender e proteger os mais fracos. Tudo que está relacionado a conquistas, vitórias e lutas, são presididas por Ogum. É a própria lei divina em ação e o guerreiro buscando novos horizontes.
O povo da Bahia associa Ogum ao santo católico São Sebastião, que é festejado no dia 20 de Janeiro, mas o povo do Rio de Janeiro e São Paulo sincretizou Ogum à São Jorge Guerreiro, que se comemora em 23 de Abril.
O MITO - "A VINGANÇA"Ogum era o rei de Irê, Ogum Onirê. Conta-se que, tendo partido para a guerra, retornou a Irê depois de muito tempo. Ele chegou num dia em que se realizava um ritual sagrado. A cerimonia exigia que todos permanece-se em total silêncio. Não era permitido falar e nem se dirigir o olhar. Ogum sentia fome e sede, mas ninguém o atendia, ninguém falava com ele. Ogum então pensou que ninguém o reconhecera, por isso, sentindo-se humilhado e enfurecido, resolveu se vingar. Ele cortou a cabeça de seus súditos. Quando terminada a cerimonia, foi encerrado o silêncio e o filho de Ogum com alguns homens salvos da matança, vieram render homenagens ao rei. Foi quando Ogum reconhecera o erro cometido e se tomou de profundo arrependimento. Ogum então enfiou sua espada no chão e a terra se abriu, tragando-o solo abaixo, não era mais humano,se tornara um Orixá.
Dia da semana - Terça-feira
Cor - azul escuro (cor do metal quando aquecido na forja), vermelho, em alguns nações o verde
Elemento - fogo e metal
Instrumento - espada de ferro
Saudação - "Ogunhê"- (Olá, Ogum)
LOCAL DE DOMÍNIO - AS ESTRADAS - AR LIVRE E ESTÁ PRESENTE EM TODOS OS CAMINHOS
ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUMTem temperamento mutável, não age pela razão, mas pela impulssividade, colérico e prepotente. Não gosta de ser contrariado, valente, idealizador, trabalhador, renovador, galanteador, falante, sexualmente bem resolvido, franco e muito desconfiado. Quando se torna amigo, é extremamente fiel na amizade.
Pela minha máxima admiração, Ogum significa um poderoso muro de defesa e de grande personalidade, portanto não deve ser invocado em vão, pois controlar suas ações pode ser impossível. É o grande soldado da humanidade.
AS VARIAÇÕES DE OGUM
Ogum possui algumas variações (qualidades) de acordo com a cidade onde há seu culto. Na África seus nomes coincidem com sete cidades que formam o reino de Irê, com isso ganha suas particularidades e costumes. São eles:
Ogum Olode - chefe dos caçadores, solitário, amigo do mato e dos animais, conhecedor dos caminhos, não se alimenta de galo, por ser um animal doméstico. Sua origem é do Kéto.
Ogum Je Ajá ou Ogunjá - um de seus mitos, conta que fez um trato com Oxalá ajudando-o em seu reino. Também está ligado a Oxaguiã e Iemanjá. Possui esse nome por gostar de cães em suas oferendas, solitário e rabugento. Veste-se de verde escuro e usa suas contas verdes.
Ogum Mejê - é o mais velho de todos e a raiz dos outros, tendo como realização a conquista da sétima aldeia de Irê, deixando seu filho Adahunsi em seu lugar.
Ogum Waris - ele se apresenta com forças destrutivas e violentas, a saudação "Patakori" não deve ser usada para este Ogum, pois não é do seu agrado. Segundo os antigos, em um de seus mitos, ele ficou momentaneamente cego.
Ogum Onirê - este nome se deu quando ele passou a reinar em Irê. Oni = senhor e Irê = aldeia. Está ligado à morte e aos antepassados. O cortador de cabeças guerreiro e impulssívo. Usa também suas contas verdes.
Xorokê
Ogum Xorokê ou soroke - Este Ogum tende a confundir-se com Exu, pois possui um temperamento extrovertido, manhoso, agitado e instável, seu nome significa: Soro = falar e Ke = mais alto. Usa suas contas azul escuro que se aproxima do roxo.
Ogum Ajàká - É o rei de Oió e irmão de Xangô, particularmente agressivo, seco e voluntarioso, um sanguinário, veste-se de vermelho, é um militar costumado a dar ordens.
Ogum Lebede - é o Ogum dos ferreiros, trabalhador severo que não brinca em serviço, também um dos mais velhos, marido de Iemanjá Ogunté e pai de Ogum Akorò.
Ogum Wori - ele é um Ogum perigoso, dado a feitiçaria e de temperamento difícil, ligado aos màriwò; aos antepassados, um espírito dogmático.
Na Umbanda suas variações seriam: Ogum Metá (Beira Mar) - age nas orlas marítimas.
Ogum Iara - age nos rios, Ogum Naruê (Rompe Mato) - age nas matas, Ogum Malê - age contra o mal, Ogum Megê - age nas almas, Ogum Matinata - age nas colinas e nos campos e Ogum de Nagô - presença africana na Umbanda.
"SALVE OGUM"!
"PATACORI OGUM"!
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