Sobre nossa Vida Cigana e nossa Magia.
Para começo de conversa eu vou dizer: ‘Gente, eu só sei metade de 1%, do que existe no universo”. Quero parecer humilde? Não, asseguro que não. A pessoa espiritualista vai ter, até algumas certezas ao longo do caminho, mais não de tudo. O universo espiritual é tão vasto e tão belo, que pode algumas vezes nos dar impressão de que esta nos punindo (quando algo, na nossa magia, manipulada ou interior) não sai como a gente quer, quando a gente exerce o querer do ego. Somos humanos diremos. E é a verdade. Somos humanos, imediatistas, apressados, o amor de nossa vida indo embora.... As contas que não param de chegar................ eles vivem lá em cima diremos. E é verdade. Só que o tempo dos espíritos e as necessidades são outras, diferentes das nossas. A religiosidade que em geral que não tem um codificador, cria embaraços e questionamentos. Muitos médiuns, por não saber, por encontrarem dentro de si a certeza, do que “É O CERTO”, entram em conflito com varias outras linhas de espiritualidade. E até mesmo dentro da mesma linha. Conosco, na vida Cigana Espiritual, não é diferente. Ao longo dos meus anos de vida e de trabalho espiritual, posso dizer que já vi de tudo um pouco. E as questões da vida pratica, são as primeiras a serem abordadas. Estou desempregada dirá um consulente, porque o cigano não me ajuda? Ou ainda, eu o amo, quero amarrar a pessoa amada. Ou até, se eu tiver ajuda para ganhar na mega sena, eu dou tudo para este cigano. Repito. Eles vivem lá em cima. Cada caso é um caso, com suas características, seus ensinamentos, sua real necessidade. Desemprego existe desde que o mundo é mundo. Tem de se avaliar os melhores caminhos na luz da razão. Amarração? Faça o teste, amarre suas mãos durante um dia inteiro, e veja a sensação, não será agradável, eu garanto. Então porque não começar a ver de outro anglo? Se dar oportunidades de conhecer novas pessoas? Se amar antes de tudo? Na questão do jogo, o que será que um espírito necessita que ele já não tem? Este dinheiro trará tudo o que a pessoa quer???? Pense nisso. Não se adoente. Se liberte. E ai dirão vocês, porque a Ramona esta falando isso tudo? Porque quando estamos enganados, sem certeza ou com a visão fechada (certeza demais) com algo, surgem as duvidas. E na linha da espiritualidade dos ciganos não é diferente. Espiritualidade é amor. Este é o laço mais forte. As diretrizes podem ser diferentes, mas não pode faltar amor. Nas linhas iniciaticas da magia dos ciganos, tem muito folclore, muita coisa se diz sem sentido. Eu só posso lhes garantir, não carregamos cacarecos e nem fazemos nada que não tenha utilidade, isso tanto para a vida material quanto espiritual. Até por termos sido um povo tão fechado nas questões espirituais, deu margem ao imaginário coletivo. Algumas questões são clássicas, como a questão da incorporação, existe a corrente dos que dizem não, existe a corrente que diz sim. Porque os espíritos ciganos como tantos outros, escravos, boiadeiros, crianças, indianos não podem incorporar, buscando junto ao médium um caminho evolutivo para ambos? É minha gente é por isso que nesta hora eu digo: “Gente eu só sei metade de 1% do que existe no universo”. Eu particularmente creio. E não digam que os espíritos que se manifestam tem que falar com a língua materna da entidade. Isso é impossível, ate mesmo porque estes espíritos estão bem acima destas questões de vaidades terrenas. E digo que também as linhas iniciaticas, podem e devem ser diferentes, pois tudo o que passamos, começa na ancestralidade, na bagagem emocional que a pessoa tem. Então a iniciação dos ciganos evorianos, não será igual a uma moura, indiana e nem francesa. Cada uma terá pontos em comum, terá a beleza impar, terá a compreensão e sobretudo o amor pela raça cigana. Sara Kali abençoara a todos, e você neófito feliz, tenha certeza que estando no caminho do amor e atento ao eter, você estar no caminho certo. Cigano é Luz! Poeira, Panela, Chão, Musica! Sol, Chuva e Luar, Povo sofrido, Perseguido, Encantado e misterioso, Bailarino Cigano é Luz, Carta, mão e feijão, Magia, feitiço, entendimento. Dente de ouro, flor no cabelo, Homem de bota, Espírito alegre, Colorido...........Cigano é Luz, Saia voando, Criança no colo, Musica alta, Perfumes encantados, Magia que só cigano tem. Cabelo grande...Cigano é Luz! Ritos e segredos, Nasci encantada e amo essa vida cigana!
Nosso povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para nós a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejamos, os Ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. Somos um povo mágico, enérgico e passional. Somos peculiares dentro do nosso próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema. Mas nossa comunidade cigana ama e respeita a natureza, os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos, dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral, cujos ensinamentos são passados de pai prá filho ou de mestre para discípulo, através das estórias contadas e das músicas tocadas em torno das fogueiras acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre (mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados). Para nós, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado" quando são realizados mensalmente os grandes festivais de consagração, imantação e reverenciação. A celebrações da Lua Cheia, acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas, do vinho e das comidas, com danças e orações. Somos atentos observadores do Céu e verdadeiros adoradores dos astros e da magia elemental. Estamos sempre atentos para os ciclos naturais, através dos quais desenvolvemos poderes mágicos. Na culinária a alquimia é feita com amor e encanta quem se alimenta e nutre o espírito, são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as pêras, os damascos, as ameixas e as uvas que fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca. O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, a coruja, o cavalo, o cachorro e o lobo são símbolos sagrados para nós. A verbena, a sálvia (que deve ser cultivada sozinha, por que é muito ciumenta), o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados no dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível, conferindo grandes poderes. Nós vivemos de acordo com a natureza das coisas e os grandes barôs dizem: "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza". Todos acham que conhecem os ciganos. E de uma maneira geral são poucos os que não exprimem de uma forma categórica o seu conhecimento sobre nós. Existem mesmo entre nós "especialistas" que falam sobre as questões ciganas. Mas na verdade o que se tem são ideias que se foram construindo sobre os ciganos a partir do século XV e que se foram rapidamente cristalizando sob a forma de estereótipos. Nós somos pouco conhecidos. Na realidade o que se manifesta em relação a nós é um certo romantismo. A iniciatica da ancestralidade imaginada nos remete para a necessidade de questionar a nossa relação com a espiritualidade e a beleza dos espíritos cigano. Somos um povo que possui rara beleza, exala sensualidade, transmite segurança para aquele que nos procuram; somos fortes e determinados quando assumimos um trabalho, não deixando nada para depois; somos médiuns de personalidade marcante, severa e disciplinadora, ao mesmo tempo em que somos ternos e doces. Muito dizem de sermos passionais, emocionais e por causa disso mesmo é que procuramos sempre auxiliar as pessoas de maneira inconfundível e decisiva. Auxiliamos também de maneira marcante as mulheres que recorrem a nós com problemas de fertilidade ou de ordem sexual. Damos grande valor ao conceito família. Já que pelo lado espiritual somos todos aparentados.
A primeira pergunta que se faz, quando se fala da separação de gadjés e ciganos de sangue, é: Um gadjô pode ser iniciado na magia dos ciganos? Pode!!!!!!! Não só pode quanto deve. Desde que seja dentro das diretrizes da magia cigana. Mesmo que não seja padronizado com já dissemos antes, mas mesmo assim uma linha impar. Não podemos misturar ritos sabidamente ciganos, que se da através de estudos, magias próprias, círculos de batismo, consagrações e imantações com outras linhas de magia. Mesmo que tenham beleza e força. Nós ciganos respeitamos e nos irmanamos com outros espiritualistas, mas nossa iniciatica é diferente. Não fazemos assentamentos, deitadas e feituras. Não sacrificamos animais. Embora tenhamos muito respeito por estas pessoas, irmãos espiritualistas fazem. Alguns gadjes, que as vezes não por maldade, mas sim por desconhecimento de nossa cultura, fazem ritos que não são próprios da iniciação dos ciganos. O que posso dizer é que saiba, busque, procure saber como se processa esta magia, para não ficar enredado com uma magia que não é a que você esta buscando. Uma outra recomendação, é tomar cuidados inerentes a qualquer magia que você esteja manipulando. Nunca trabalhe após as refeições, e no dia dos feitiços, procure não comer carne ou ingerir bebidas alcoólicas. Evite qualquer tipo de droga ou calmante e tome somente os remédios estritamente necessários. Nunca faça um feitiço quando estiver esgotada fisicamente ou doente, a não ser numa emergência. Um ritual pode consumir muito mais energia do que um aula de aeróbica ou uma partida de futebol. Portanto não seja como certas pessoas espiritualistas, que descuidam do corpo, e depois querem manipular elementos mágicos. Prefira alimentos naturais, tome vitaminas e pratique algum esporte. Nunca esqueça se proteger, acendo o seu anjo de guarda quando for realizar uma magia. Chame os espíritos para lhe auxiliar. Tome um banho antes do ritual de preferência de ervas e procure determinar exatamente o que será feito para que não haja dúvidas durante a execução do ritual. Você deve colocar pelo menos algum símbolo para os quatro elementos, um incenso apropriado, o cristal adequado, uma vela bonita e uma taça com água. O fogo deverá ser o foco da sua concentração. O sucesso de uma magia depende muito mais da sua concentração do que os materiais utilizados. A força da emoção e da vontade é essencial para que se consiga bons resultados. Todos os pedidos devem ser verbalizados repetidamente. Para se fazer uma magia é importante ter quatro itens: desejo, concentração e visualização. Tendo discernimento e humildade de saber pedir, o que seja o melhor para todos os envolvidos. A nossa integração com a natureza é permanente, obrigatória sob um ponto de vista imprescindível sob outro. Dizemos que é obrigatória, pois a essência de nossa alma nômade, nossas kumpanias muitas vezes são realizadas na base do que a localidade nos oferece, coisa que só ficamos sabendo através dos sinais mágicos, que o mundo natural nos dá. Nossa necessidade de estar a céu aberto, “dentro” da natureza, tudo muito próximo a rios, cachoeiras ou outros remansos de água – doce , de que sao utilizados para cozinhar, lavar as roupas, nos banhar. Por esses fatos e pelos conseqüentes de uma maneira de viver nômade, é bastante fácil compreender a obrigatoriedade do convívio entre os romanis e a natureza. A natureza é a generosa doadora da própria sobrevivência cigana. Nela o povo cigano busca os mais variados tipos de alimentos e água, líquido precioso, de sustentação da vida. É verdade, que quando passamos pelas cidades, compramos gêneros alimentícios, tecidos, ferramentas e outros bens necessários, mas a natureza que referenciam o principal apoio de vida. Todavia, não entendemos a natureza somente como a doadora dos elementos fundamentais como alimentos e água, mas como fonte inesgotável de energia. Aí começa o lado mágico da natureza cigana por assim dizer, o fundamento etéreo da vida, o lado abstrato muitas vezes não compreendido racionalmente por nós. Entendemos em vários aspectos, que a natureza é que fornece a vitalidade, o frescor da vida renovada a cada dia do ponto de vista da troca energética. Do céu, dos astros do firmamento, do Sol, da Lua em suas diferentes fases, desce a energia positiva de Deus, a força divina mantém o homem em pé, apto ao trabalho, às caminhadas, a geração de filhos e a todos os tipos de alegrias, sensações, emoções e sentimentos. A terra, o solo onde pisam propositalmente sem sapatos é a Terra, que recebe sem recusas e sempre aberta a todas as energias negativas, os temores, as angústias de um povo tantas vezes perseguido, as tristezas e os desconsolos que maltratam a alma e o coração. Somos monoteístas, mas temos muito amor pelos astros do céu que nos abençoa e pedimos bênçãos à chuva, as águas dos rios, das cascatas, riachos, cachoeiras, às árvores das matas, respeitando os trovões, a força devastadora dos raios e o fogo, que aquece, protege e purifica. Compreendemos que o ar é energia vital, o elemento vivificante da vida e oramos para que as ventanias, tufões e vendavais não destruam nossos acampamentos e tendas. Existe idéia enganosa de que tememos as águas do mar, o que é uma perfeita bobagem. Nós singramos os mares nos tempos das colonizações, inclusive a brasileira, em caravelas. Segundo nosso conceito mágico da natureza reverenciamos as águas do mar e as deidades que nelas habitam, pois muitos trabalhos de magia são feitos nas areias do mar, para os ciganos as águas salgadas têm a função de fazer a limpeza energética de todos os seres do planeta que nele habitam. Reconhecemos nos elementos e nos elementais, uma força extraordinária, real e auxiliadora, tanto que nos trabalhos mágicos não deixamos de pedir permissão a eles, para a manipulação das energias da natureza. Somos muito inteligentes para identificar as mensagens oriundas das forças naturais e tomarem seus cuidados e prevenções, somos meteorologistas natos não necessitando de instrumentos ou outras sofisticações para saber quando vai chegar uma tempestade, uma nevasca, ou um sol de rachar. Sabemos reconhecer quando há água por perto, ou a viagem prosseguirá em terreno árido e seco. Pressentimos os perigos das selvas, das matas pelos movimentos dos animais, pela revoada dos pássaros e outros sons peculiares da natureza. É sábio saber ouvir a natureza, convivendo com ela pacífica e respeitosamente, e nisto o povo cigano é mestre. O convívio harmonioso, que de certa forma podemos dizer que um cigano é mais uma das manifestações da Mãe Natureza. Por isso a Vida Cigana é mágica. E por isso podemos manipular energias que é o ato de evocar poderes e mistérios divinos e colocá-los em ação, beneficiando-nos ou aos nossos semelhantes. A magia está no ato de colocarmos amor em tudo que fazemos, quando cozinhamos, falamos, costuramos, estudamos, trabalhamos etc...É isso que torna o praticante da magia verdadeiramente divino.
A Magia cigana é ritualista. Ou seja, os efeitos mágicos são obtidos através de rituais, ou amuletos e talismãs, os quais são criados por outros rituais. A Magia também muitas vezes depende de produtos místicos secretos, cujas as propriedades são desconhecidas mas que operam fatos sobrenaturais. Os rituais são necessários para focalizar o nosso poder espiritual e concentrar forças para que efeitos desejados possam ser obtidos. Apenas os iniciados na magia, seguem os que já são mestres e que podem prescindir dos rituais, mas mestres preferem “colocar a mão” na magia, para proteger seus seguidores. Existe um número ilimitado de ritos mágicos possíveis. Ao longo dos séculos, em várias partes do mundo, os ciganos sempre tentaram produzir os mesmos resultados. Embora as características dos rituais realizados variem de culto para culto, de acordo com a cultura em que o feiticeiro se encontra inserido, os objetivos da magia são universais e pode-se definir muito sinteticamente. Todos os rituais e processos mágicos visam, usando o poder, invocar forças espirituais que façam produzir um certo fim aparentemente impossível de obter por meios normais. E esses fins, independentemente das culturas variarem, são sempre os mesmos. Pois a magia nessa perspectiva obedece ao mesmo princípio. Se a tecnologia não tivesse permitido construir computadores e uma rede de Internet que funcionasse, hoje ninguém estaria sentado diante de um teclado por mero masoquismo ou por pura fé…. Simplesmente ninguém usaria uma coisa que não funciona. E os tipos de ritos mágicos mais utilizados pelos ciganos são: Magia adivinhatoria, que na verdade é Divinatório, pois evoca-se uma entidade para poder se oracular as questões do consulente, conhecer o passado, o presente e futuro que poderá concretizar-se mediante as opções de cada pessoa. Magia da Mão de Cura - fazer curar ou fazer adoecer. Magia natural - fazer chover, parar o tempo, evocar o dia em que foi feita a magia que aflige o cliente, etc.. Magia Emocional - aterrorizar alguém, fazer alguém afastar-se ou apaixonar-se. Magia mental - controlar mentalmente uma pessoa, manipulando-lhe os pensamentos, ou fazendo uma leitura mental dessa pessoa para saber os seus pensamentos. Magia sensorial - criar miragens ou ilusões – não confundir a criação de miragens com o ilusionismo, que é o ramo mais baixo e básico desta vertente da magia, sendo apenas um conjunto de técnicas mecânicas sem qualquer segredo verdadeiramente. Magia astral – realizar viagens astrais, conectar com entidades através de sonhos que parecem reais. Magia Sintônica - alcançar a sorte ou fazer o azar, assim como a leitura das simbologias daquilo a que chamamos de «coincidências», mas que na realidade não o são porque tais não existem. Magia de predição – sugestionar um determinado rumo de vida, também pode ser usada para unir ou afastar pessoas, para ajudar ou prejudicar, para salvar ou condenar. Vai da índole do magista. A magia dos ciganos é direta e objetiva. Apesar de tudo o que possa ter ouvido, a magia não é algo sobrenatural, não natural ou mesmo alienígena. Ela está em nossos próprios quintais, em nossas casas; em nossas tendas e acampamentos, na própria essência de nosso povo. Um dos maiores mistérios da magia é que não há mistérios. Pelo contrário, eles estão constantemente se revelando ao nosso redor. O estudo de um simples botão de rosa, de uma folha de grama ou do sopro do vento por meio das folhas de uma árvore revelará tanto quanto, senão mais, sobre a verdadeira natureza da magia do que uma centena de empoeirados tomos. Isso é o que chamamos sacerdócio. Porque afinal não somos ciganos e magos, quando estamos realizando magias, atendendo aos nossos consulentes e clientes. E sim o tempo todo, quando em casa, no nosso tempo livre, quando nos locomovendo, quando rimos, falamos, tomamos chá, estamos sempre exercendo nosso sacerdócio. É um caminho em que se descansa carregando pedra e a natureza, com seus poderes, através de suas manifestações, é que fazem com que nos possamos exercer a alegria de sermos magos, iniciados, sacerdotes, de uma magia impar e linda como a magia cigana. Algumas dessas manifestações, como os espelhos, são artificialmente produzidas, mas estão ligadas e conectadas aos poderes da Natureza por intermédio de seu simbolismo e pelo material de que é feito (de areia). Em nossa era cada vez mais automatizada, muitas pessoas se encontram sem conseguir ver, nem sentir toda a natureza que sustenta e mantém nossas próprias vidas. A verdadeira dependência que temos da Terra está esquecida. Muitos estão rompendo suas conexões com o natural. Como resultado, este é um período de grande agitação, tanto nos planos individuais espirituais, quanto nos planos sublimados da magia. O sacerdócio pode ajudar a descobrir, trabalhar e resolver muitas das pequenas crises e problemas que nos afligem atualmente enquanto indivíduos. Certamente não é uma solução simples para os problemas do mundo, mas pode trazer ordem a nossas vidas, e isso já é um bom começo. O sacerdócio é difícil e prazeroso, tanto quanto é útil quando traz tais mudanças a nossas vidas e, dessa forma, à própria vida, e tais mudanças devem ser positivas. O objetivo de todo sacerdote, trilha ocultas e místicos estudos e vivencias é o caminho do processo evolutivo para a perfeição da alma. Embora isto possa não ser obtido em uma vida, é perfeitamente possível que melhoremos a nós mesmos. Este ato singular já faz com que o sacerdócio se torne muito mais leve. Se praticar qualquer magia, seja ao desenhar um coração na areia, contemplar um espelho para antever o futuro, seja para atar um nó para auxiliar um amigo com problemas, tenha em mente os mais elevados aspectos de seus trabalhos. Você está melhorando o mundo e ajudando a curá-lo das terríveis mazelas que existe.
Nosso povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para nós a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejamos, os Ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. Somos um povo mágico, enérgico e passional. Somos peculiares dentro do nosso próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema. Mas nossa comunidade cigana ama e respeita a natureza, os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos, dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral, cujos ensinamentos são passados de pai prá filho ou de mestre para discípulo, através das estórias contadas e das músicas tocadas em torno das fogueiras acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre (mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados). Para nós, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado" quando são realizados mensalmente os grandes festivais de consagração, imantação e reverenciação. A celebrações da Lua Cheia, acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas, do vinho e das comidas, com danças e orações. Somos atentos observadores do Céu e verdadeiros adoradores dos astros e da magia elemental. Estamos sempre atentos para os ciclos naturais, através dos quais desenvolvemos poderes mágicos. Na culinária a alquimia é feita com amor e encanta quem se alimenta e nutre o espírito, são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as pêras, os damascos, as ameixas e as uvas que fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca. O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, a coruja, o cavalo, o cachorro e o lobo são símbolos sagrados para nós. A verbena, a sálvia (que deve ser cultivada sozinha, por que é muito ciumenta), o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados no dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível, conferindo grandes poderes. Nós vivemos de acordo com a natureza das coisas e os grandes barôs dizem: "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza". Todos acham que conhecem os ciganos. E de uma maneira geral são poucos os que não exprimem de uma forma categórica o seu conhecimento sobre nós. Existem mesmo entre nós "especialistas" que falam sobre as questões ciganas. Mas na verdade o que se tem são ideias que se foram construindo sobre os ciganos a partir do século XV e que se foram rapidamente cristalizando sob a forma de estereótipos. Nós somos pouco conhecidos. Na realidade o que se manifesta em relação a nós é um certo romantismo. A iniciatica da ancestralidade imaginada nos remete para a necessidade de questionar a nossa relação com a espiritualidade e a beleza dos espíritos cigano. Somos um povo que possui rara beleza, exala sensualidade, transmite segurança para aquele que nos procuram; somos fortes e determinados quando assumimos um trabalho, não deixando nada para depois; somos médiuns de personalidade marcante, severa e disciplinadora, ao mesmo tempo em que somos ternos e doces. Muito dizem de sermos passionais, emocionais e por causa disso mesmo é que procuramos sempre auxiliar as pessoas de maneira inconfundível e decisiva. Auxiliamos também de maneira marcante as mulheres que recorrem a nós com problemas de fertilidade ou de ordem sexual. Damos grande valor ao conceito família. Já que pelo lado espiritual somos todos aparentados.
A primeira pergunta que se faz, quando se fala da separação de gadjés e ciganos de sangue, é: Um gadjô pode ser iniciado na magia dos ciganos? Pode!!!!!!! Não só pode quanto deve. Desde que seja dentro das diretrizes da magia cigana. Mesmo que não seja padronizado com já dissemos antes, mas mesmo assim uma linha impar. Não podemos misturar ritos sabidamente ciganos, que se da através de estudos, magias próprias, círculos de batismo, consagrações e imantações com outras linhas de magia. Mesmo que tenham beleza e força. Nós ciganos respeitamos e nos irmanamos com outros espiritualistas, mas nossa iniciatica é diferente. Não fazemos assentamentos, deitadas e feituras. Não sacrificamos animais. Embora tenhamos muito respeito por estas pessoas, irmãos espiritualistas fazem. Alguns gadjes, que as vezes não por maldade, mas sim por desconhecimento de nossa cultura, fazem ritos que não são próprios da iniciação dos ciganos. O que posso dizer é que saiba, busque, procure saber como se processa esta magia, para não ficar enredado com uma magia que não é a que você esta buscando. Uma outra recomendação, é tomar cuidados inerentes a qualquer magia que você esteja manipulando. Nunca trabalhe após as refeições, e no dia dos feitiços, procure não comer carne ou ingerir bebidas alcoólicas. Evite qualquer tipo de droga ou calmante e tome somente os remédios estritamente necessários. Nunca faça um feitiço quando estiver esgotada fisicamente ou doente, a não ser numa emergência. Um ritual pode consumir muito mais energia do que um aula de aeróbica ou uma partida de futebol. Portanto não seja como certas pessoas espiritualistas, que descuidam do corpo, e depois querem manipular elementos mágicos. Prefira alimentos naturais, tome vitaminas e pratique algum esporte. Nunca esqueça se proteger, acendo o seu anjo de guarda quando for realizar uma magia. Chame os espíritos para lhe auxiliar. Tome um banho antes do ritual de preferência de ervas e procure determinar exatamente o que será feito para que não haja dúvidas durante a execução do ritual. Você deve colocar pelo menos algum símbolo para os quatro elementos, um incenso apropriado, o cristal adequado, uma vela bonita e uma taça com água. O fogo deverá ser o foco da sua concentração. O sucesso de uma magia depende muito mais da sua concentração do que os materiais utilizados. A força da emoção e da vontade é essencial para que se consiga bons resultados. Todos os pedidos devem ser verbalizados repetidamente. Para se fazer uma magia é importante ter quatro itens: desejo, concentração e visualização. Tendo discernimento e humildade de saber pedir, o que seja o melhor para todos os envolvidos. A nossa integração com a natureza é permanente, obrigatória sob um ponto de vista imprescindível sob outro. Dizemos que é obrigatória, pois a essência de nossa alma nômade, nossas kumpanias muitas vezes são realizadas na base do que a localidade nos oferece, coisa que só ficamos sabendo através dos sinais mágicos, que o mundo natural nos dá. Nossa necessidade de estar a céu aberto, “dentro” da natureza, tudo muito próximo a rios, cachoeiras ou outros remansos de água – doce , de que sao utilizados para cozinhar, lavar as roupas, nos banhar. Por esses fatos e pelos conseqüentes de uma maneira de viver nômade, é bastante fácil compreender a obrigatoriedade do convívio entre os romanis e a natureza. A natureza é a generosa doadora da própria sobrevivência cigana. Nela o povo cigano busca os mais variados tipos de alimentos e água, líquido precioso, de sustentação da vida. É verdade, que quando passamos pelas cidades, compramos gêneros alimentícios, tecidos, ferramentas e outros bens necessários, mas a natureza que referenciam o principal apoio de vida. Todavia, não entendemos a natureza somente como a doadora dos elementos fundamentais como alimentos e água, mas como fonte inesgotável de energia. Aí começa o lado mágico da natureza cigana por assim dizer, o fundamento etéreo da vida, o lado abstrato muitas vezes não compreendido racionalmente por nós. Entendemos em vários aspectos, que a natureza é que fornece a vitalidade, o frescor da vida renovada a cada dia do ponto de vista da troca energética. Do céu, dos astros do firmamento, do Sol, da Lua em suas diferentes fases, desce a energia positiva de Deus, a força divina mantém o homem em pé, apto ao trabalho, às caminhadas, a geração de filhos e a todos os tipos de alegrias, sensações, emoções e sentimentos. A terra, o solo onde pisam propositalmente sem sapatos é a Terra, que recebe sem recusas e sempre aberta a todas as energias negativas, os temores, as angústias de um povo tantas vezes perseguido, as tristezas e os desconsolos que maltratam a alma e o coração. Somos monoteístas, mas temos muito amor pelos astros do céu que nos abençoa e pedimos bênçãos à chuva, as águas dos rios, das cascatas, riachos, cachoeiras, às árvores das matas, respeitando os trovões, a força devastadora dos raios e o fogo, que aquece, protege e purifica. Compreendemos que o ar é energia vital, o elemento vivificante da vida e oramos para que as ventanias, tufões e vendavais não destruam nossos acampamentos e tendas. Existe idéia enganosa de que tememos as águas do mar, o que é uma perfeita bobagem. Nós singramos os mares nos tempos das colonizações, inclusive a brasileira, em caravelas. Segundo nosso conceito mágico da natureza reverenciamos as águas do mar e as deidades que nelas habitam, pois muitos trabalhos de magia são feitos nas areias do mar, para os ciganos as águas salgadas têm a função de fazer a limpeza energética de todos os seres do planeta que nele habitam. Reconhecemos nos elementos e nos elementais, uma força extraordinária, real e auxiliadora, tanto que nos trabalhos mágicos não deixamos de pedir permissão a eles, para a manipulação das energias da natureza. Somos muito inteligentes para identificar as mensagens oriundas das forças naturais e tomarem seus cuidados e prevenções, somos meteorologistas natos não necessitando de instrumentos ou outras sofisticações para saber quando vai chegar uma tempestade, uma nevasca, ou um sol de rachar. Sabemos reconhecer quando há água por perto, ou a viagem prosseguirá em terreno árido e seco. Pressentimos os perigos das selvas, das matas pelos movimentos dos animais, pela revoada dos pássaros e outros sons peculiares da natureza. É sábio saber ouvir a natureza, convivendo com ela pacífica e respeitosamente, e nisto o povo cigano é mestre. O convívio harmonioso, que de certa forma podemos dizer que um cigano é mais uma das manifestações da Mãe Natureza. Por isso a Vida Cigana é mágica. E por isso podemos manipular energias que é o ato de evocar poderes e mistérios divinos e colocá-los em ação, beneficiando-nos ou aos nossos semelhantes. A magia está no ato de colocarmos amor em tudo que fazemos, quando cozinhamos, falamos, costuramos, estudamos, trabalhamos etc...É isso que torna o praticante da magia verdadeiramente divino.
A Magia cigana é ritualista. Ou seja, os efeitos mágicos são obtidos através de rituais, ou amuletos e talismãs, os quais são criados por outros rituais. A Magia também muitas vezes depende de produtos místicos secretos, cujas as propriedades são desconhecidas mas que operam fatos sobrenaturais. Os rituais são necessários para focalizar o nosso poder espiritual e concentrar forças para que efeitos desejados possam ser obtidos. Apenas os iniciados na magia, seguem os que já são mestres e que podem prescindir dos rituais, mas mestres preferem “colocar a mão” na magia, para proteger seus seguidores. Existe um número ilimitado de ritos mágicos possíveis. Ao longo dos séculos, em várias partes do mundo, os ciganos sempre tentaram produzir os mesmos resultados. Embora as características dos rituais realizados variem de culto para culto, de acordo com a cultura em que o feiticeiro se encontra inserido, os objetivos da magia são universais e pode-se definir muito sinteticamente. Todos os rituais e processos mágicos visam, usando o poder, invocar forças espirituais que façam produzir um certo fim aparentemente impossível de obter por meios normais. E esses fins, independentemente das culturas variarem, são sempre os mesmos. Pois a magia nessa perspectiva obedece ao mesmo princípio. Se a tecnologia não tivesse permitido construir computadores e uma rede de Internet que funcionasse, hoje ninguém estaria sentado diante de um teclado por mero masoquismo ou por pura fé…. Simplesmente ninguém usaria uma coisa que não funciona. E os tipos de ritos mágicos mais utilizados pelos ciganos são: Magia adivinhatoria, que na verdade é Divinatório, pois evoca-se uma entidade para poder se oracular as questões do consulente, conhecer o passado, o presente e futuro que poderá concretizar-se mediante as opções de cada pessoa. Magia da Mão de Cura - fazer curar ou fazer adoecer. Magia natural - fazer chover, parar o tempo, evocar o dia em que foi feita a magia que aflige o cliente, etc.. Magia Emocional - aterrorizar alguém, fazer alguém afastar-se ou apaixonar-se. Magia mental - controlar mentalmente uma pessoa, manipulando-lhe os pensamentos, ou fazendo uma leitura mental dessa pessoa para saber os seus pensamentos. Magia sensorial - criar miragens ou ilusões – não confundir a criação de miragens com o ilusionismo, que é o ramo mais baixo e básico desta vertente da magia, sendo apenas um conjunto de técnicas mecânicas sem qualquer segredo verdadeiramente. Magia astral – realizar viagens astrais, conectar com entidades através de sonhos que parecem reais. Magia Sintônica - alcançar a sorte ou fazer o azar, assim como a leitura das simbologias daquilo a que chamamos de «coincidências», mas que na realidade não o são porque tais não existem. Magia de predição – sugestionar um determinado rumo de vida, também pode ser usada para unir ou afastar pessoas, para ajudar ou prejudicar, para salvar ou condenar. Vai da índole do magista. A magia dos ciganos é direta e objetiva. Apesar de tudo o que possa ter ouvido, a magia não é algo sobrenatural, não natural ou mesmo alienígena. Ela está em nossos próprios quintais, em nossas casas; em nossas tendas e acampamentos, na própria essência de nosso povo. Um dos maiores mistérios da magia é que não há mistérios. Pelo contrário, eles estão constantemente se revelando ao nosso redor. O estudo de um simples botão de rosa, de uma folha de grama ou do sopro do vento por meio das folhas de uma árvore revelará tanto quanto, senão mais, sobre a verdadeira natureza da magia do que uma centena de empoeirados tomos. Isso é o que chamamos sacerdócio. Porque afinal não somos ciganos e magos, quando estamos realizando magias, atendendo aos nossos consulentes e clientes. E sim o tempo todo, quando em casa, no nosso tempo livre, quando nos locomovendo, quando rimos, falamos, tomamos chá, estamos sempre exercendo nosso sacerdócio. É um caminho em que se descansa carregando pedra e a natureza, com seus poderes, através de suas manifestações, é que fazem com que nos possamos exercer a alegria de sermos magos, iniciados, sacerdotes, de uma magia impar e linda como a magia cigana. Algumas dessas manifestações, como os espelhos, são artificialmente produzidas, mas estão ligadas e conectadas aos poderes da Natureza por intermédio de seu simbolismo e pelo material de que é feito (de areia). Em nossa era cada vez mais automatizada, muitas pessoas se encontram sem conseguir ver, nem sentir toda a natureza que sustenta e mantém nossas próprias vidas. A verdadeira dependência que temos da Terra está esquecida. Muitos estão rompendo suas conexões com o natural. Como resultado, este é um período de grande agitação, tanto nos planos individuais espirituais, quanto nos planos sublimados da magia. O sacerdócio pode ajudar a descobrir, trabalhar e resolver muitas das pequenas crises e problemas que nos afligem atualmente enquanto indivíduos. Certamente não é uma solução simples para os problemas do mundo, mas pode trazer ordem a nossas vidas, e isso já é um bom começo. O sacerdócio é difícil e prazeroso, tanto quanto é útil quando traz tais mudanças a nossas vidas e, dessa forma, à própria vida, e tais mudanças devem ser positivas. O objetivo de todo sacerdote, trilha ocultas e místicos estudos e vivencias é o caminho do processo evolutivo para a perfeição da alma. Embora isto possa não ser obtido em uma vida, é perfeitamente possível que melhoremos a nós mesmos. Este ato singular já faz com que o sacerdócio se torne muito mais leve. Se praticar qualquer magia, seja ao desenhar um coração na areia, contemplar um espelho para antever o futuro, seja para atar um nó para auxiliar um amigo com problemas, tenha em mente os mais elevados aspectos de seus trabalhos. Você está melhorando o mundo e ajudando a curá-lo das terríveis mazelas que existe.
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