XANGÔ - "ORIXÁ - HERÓI"
REI DOS ORIXÁS - O JUÍZ
Orixá que domina o fogo, o raio, o trovão, a justiça, sendo também viril
e da potência masculina. Autoritário e poderoso, inteligente, o grande
administrador, o comerciante, atrevido, violento e extremamente
justiceiro. Tem Iemanjá como mãe e três divindades como esposas: Iansã,
Oxum e Obá. Ele próprio foi um rei guerreiro que conquistou reinos e
enriqueceu seu povo. O seu trabalho entre os homens é cobrar de quem
deve e premiar a quem merece, agindo sempre com muita sabedoria, justiça
e poder. A tradicional lenda Yorubá, diz da genealogia dos Orixás, que a
partir do incesto de Orungã - o ar e as alturas - espaço mimético ao de
Xangô - com sua mãe Iemanjá - as águas - o que resultou uma gravidez de
deuses, que foram paridos num jorrar de águas, cujo primeiro nascimento
foi Exu. Ainda nessa lenda, Xangô é também filho desse casal de
mitos-fundadores. Outras fontes de referenciação histórica, atribuem a
origem de Xangô à união de Oranyan com Torossi - filha de Elempe, rei
dos Tapa. Isso fez com que Xangô vivesse primeiro em Kosô no reino de
Tapa, seguindo mais tarde para Oyó, onde se estabeleceu num bairro que
recebeu o nome de Kosó. Daí um dos títulos de Xangô: OBÁ KOSSÔ.
OXÉ |
O símbolo de Xangô é o "oxé", um machado de duas lâminas,
tradicionalmente feito em madeira, cobre, latão dourado ou bronze. Esse
símbolo é também chamado como : ferramenta de Xangô, arma de Xangô,
adamaché e machado da justiça. A GAMELA - muito utilizada nas
obrigações, convencionalmente de dois tipos: redonda para as comidas, no
caso, o Amalá, e ovalada para os assentamentos. São feitas sempre de
madeira, de preferência gameleira ou de jaqueira. Xangô ainda representa
a síntese da liberdade, altivez e realeza dos dignatários africanos,
além de ter o domínio e controle das forças da natureza. Para o homem
africano que viveu em condição de escravo, Xangô encarnou o ideal e
desejo de liberdade, juntamente com Exu e Ogum.
O MINISTÉRIO DE XANGÔ
O conselho divino de Xangô está representado por 12 Obás - sendo seis à
direita e seis à esquerda - todos descendentes de Alafins. Tudo nesse
tribunal divino será julgado por eles em nome do Deus do trovão. Xangô,
no Brasil é aclamado como o Deus da justiça e da verdade. O número 12
equivale ao equilíbrio de Xangô. São eles:
Os ministros da direita:
Obá Abiodum
Onikoyi - rei de IkoyiAresá - rei de Iresá
Onanxokum
Otaleta
Olugbon - rei de Ogbon
Os ministros da esquerda:
Arè ou Arè Onankakanfo
Otun Onikoyi - braço direito de Xangô e segunda pessoa
Otun Onanxokum
SÃO JERÔNIMO |
Eko
Kankafo - general de armada, chefe das tropas.
No sincretismo Católico o povo ligou Xangô a São João Batista,
comemorado a 24 de junho ou a São Jerônimo, festejado em 30 de setembro,
assim o Orixá tinha sua festa sem restrições dos brancos católicos.
Xangô cuida de sua própria aparência com cuidado: veste-se de vermelho,
usa argolas de ouro nas orelhas e no nariz, seu cabelo é comprido e ele o
usa preso em uma longa trança, carregando seu machado nas mãos. Na
mitologia romana, é Júpiter, o pai e mestre dos deuses, que pode ser
considerado o equivalente a Xangô. E para os gregos, ele é Zeus, o Deus
supremo que também é o senhor dos trovões.
Dia da semana: quarta-feira
Instrumento: Oxé ( machado)
Saudação: "Kaô Kabyesilê" ("Venham ver nascer sobre o chão")
Obá Ajakà - Também
intitulado Bayaniym," O pai me escolheu ", que faz referência a
ele por ser o filho mais velho de Oranyan, e ter por direito que
assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
O MITO - " O REI NÃO SE ENFORCOU"
Conta-se que quando Xangô teve dificuldade para se manter no trono de
Oyó, ele voltou-se para a terra dos Tapa e, vendo-se abandonado por
todos, ele enforcou-se numa árvore de obí. Seus inimigos proclamaram
"Obaso" - "O rei enforcou-se". Seus partidários negaram este fato e
gritaram "Oba Kò Sô", ateavam fogo nas casas dos detratores de Xangô,
nas noites de tempestades, para confirmar a reputação do Deus do trovão.
Alusão feita a Xangô que, quando irado, ateava fogo pelas narinas, para
punir os infratores ( texto extraído do livro de Pierre Verger - Os
Orixás) - segundo a lenda é por isso que Xangô tem aversão à morte e aos
eguns (mortos).
LOCAL DE DOMÍNIO - RAIOS E TROVÕES
AS PEDREIRAS
XANGÔ E SUAS ESPOSAS - IANSÂ - OXUM - OBÁ |
Cores: vermelho é o fogo e o sangue, significando purificação e
fertilidade. Branco (paz) e o marrom na Umbanda ( ativa o chacra sexual e
a terra, no sentido de manter os pés no chão).
Elemento: Terra (pedras)Instrumento: Oxé ( machado)
Saudação: "Kaô Kabyesilê" ("Venham ver nascer sobre o chão")
AS ESPOSAS DE XANGÔ
No reino de Oyó, ficavam as três esposas do Orixá, a sua espera, cada
vez que ele saia para guerrear. Quando voltava, Xangô comemorava com
elas suas conquistas com grandes festas, regadas a vinho de palma. Iansã
era esposa de Ogum e foi seduzida por Xangô. Oxum vivia com Oxóssi e
tambèm foi seduzida pelo Orixá. Obá apesar de ser uma deusa mais velha,
também foi esposa de Xangô. As cerimonias para Xangô, na África, duram
cinco, nove ou 17 dias. Sua importância no Brasil é grande, que chegou a
originar cultos específicos em Pernambuco e em outros estados
Nordestinos.
AS VARIAÇÕES DE XANGÔ
Afonjá - Era
também Arè-Onankakanfo, quer dizer líder do exército do império.
Segundo a história de Oyó, no início do século dezenove, Oyó era
governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram como Generais, que
lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o poder absoluto sobre o
Reino Yorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais
resolveu se rebelar contra Oyó e se unir com os inimigos, esse
general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin.
Declarou-se independente de Oyó. Com isso o Rei de Oyó Aolé se
envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traiu o
Império Yorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Afonjá foi
decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traiu
seu antigo rei ele voltaria trair tantos outros.
Obá Kossô - Título
que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oyó,
tornando-se Rei. Título dado também a Aganjú, irmão gêmeo de
Xangô quando sua chegada em Oyó foi aclamado como o Rei Não se
Enforcou, Obá Kò Sô.
Obá Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.
Obá Irù ou Barù -
Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando
cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus
primordial Jakutá sobre a terra, senhor dos raios, tempestades, do
Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destruir a
capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se
suicida , adentrando na terra.
Dada Ajaká |
Obá Aganjù - representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
.Obá Orungã - Filho
de Aganjú Solá e Iemanjá, Orungã é dono da atmosfera é o ar
que respiramos, dono da camada que protege a Terra.
Obá Ogodô - Muito
falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o
verbo bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz é que
Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
Jakutà ou Djakutà -
é a representação da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô
foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina
primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun
para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da
criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o
próprio Xangô.
Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganjú em sua forma humana.
Olookê - Orixá dono das montanhas, em algumas lendas é um dos filhos de Oranyan foi casado com Yemanjá.
CABOCLOS JUSTICEIROS DE XANGÔ
CABOCLOS JUSTICEIROS DE XANGÔ
Estes são alguns trabalhadores a serviço da justiça divina - Linha de Xangô
Caboclo Araúna |
Caboclo do Sol |
Caboclo Cobra Coral |
ARQUÉTIPOS DOS FILHOS DE XANGÔ
Os filhos de Xangô são pessoas que nasceram para triunfar. Possuem um
temperamento enérgico, são voluntariosos, orgulhosos, altivos,
excelentes administradores, políticos, vaidosos e sabem de sua real
importância no mundo. Não admitem ser contrariados e ao serem-no são
extremamente coléricos. São bons comerciantes, não suportam o fracasso,
por isso lutam com todas as armas para não perderem suas posições,
cargos ou negócios. Na vida social, são elegantes e de gosto refinado,
sedutores e de um talento único para conquistar o sexo oposto. Os
filhos de Xangô têm um elevado sentimento de amor ao próximo, são dignos
de confiança, mas não deixam de ser severos, quando necessário. Não
conseguem controlar o excesso de gênio violento. Dentro da vida
espiritual, tornam-se ótimos e dedicados sacerdotes, seja qual for o
caminho religioso.
Xangô é "aquele que se destaca pela força e revela seus segredos" "Salve o Rei".
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