OXALÁ - " O ILUMINADO "
OXALUFÃ - O PAI - A PAZ
Paxorô |
Os Orixás Funfum eram em número de 154, muitos deles sobrevivem como
formas de Oxalá. Diz-se na Bahia que existem 16 tipos de Oxalá, dos
quais dois são os mais reverenciados no Candomblé e na Umbanda: Oxaguiã e
Oxalufã. Oxaguiã, jovem e obstinado guerreiro, que traz na mão direita
um pilão e funda aldeias onde nada ainda existe. Oxalufã é o velho e
fraco, que se apóia num cajado de pastor, o mais profundo conhecedor da
sabedoria. Oxalá ocupa entre nós o mais alto nível de grandeza. Isso
aparece na própria lenda da criação e na guerra entre ele e Oduduá que é considerada a metade feminina da criação, a metade inferior da cabaça-mundo, o igbá-odù.
Após ter perdido o direito de criar o mundo, pois foi Olofim-Oduduá
quem o fez, Oxalá desceu à Terra e convocou todos os Imalés para
lembrá-los de que ele é que era um Deus, um imortal, o segundo na
Trindade. Afirmando que Oduduá nada mais era que um simples mortal que
lhe teria passado uma rasteira. Diante das afirmações, alguns Imalés o
apoiaram e outros não; dessa divisão de opiniões surgiu uma guerra na
qual os dois lutaram obstinadamente pela supremacia total. Seu Templo é
em Ifóm e ainda perpetua-se seu culto fielmente como era no princípio,
muito querido e respeitado pela sua bondade, sabedoria, retidão e
humildade. Seu conceito é tão grande, que as pessoas vestem-se de branco
nos rituais e principalmente às sextas-feiras. Na roda dos Orixás é ele
quem encerra as festividades, é quando se cantam seus louvores e todos
entram na roda para reverenciar e glorificar o Deus da pureza. Na
Mitologia grega e romana ele pode ser comparado talvez à Apolo, o Deus
do Sol, ambos representam o poder e a luz. Em termos religiosos, o
corpo está diretamente relacionado a uma divindade e, consequentemente, a
um dos elementos naturais (água, terra, fogo, ar). O corpo é entendido
como uma manifestação da ação sobrenatural, e seu processo da criação. É
o Orixá primordial denominado Ajalá (uma das variações de Oxalá), o
fazedor de cabeças, que combina vários elementos naturais no orum para moldar o doble do ser humano. Concluído este doble, cabe e Orinxalá (outra variação) insuflar-lhe a vida com seu hálito divino (emi).
ARQUÉTIPOS DOS FILHOS DE OXALUFÃ
Seus filhos são observadores, vigilantes e compreensivos, não sabem
disfarçar suas emoções. Sua tranquilidade, dignidade e forte moralidade o
impedirão de recorrer a meios desonestos para atingir seus objetivos.
Dotado de incrível paciência e detesta discussões, mas também são
teimosos. Nasceu para a liderança, por isso espera ser respeitado e
ouvido quando se manifesta. A imaginação dele é viva, gosta de meditar
em lugares tranquilos, onde sonha romanticamente e tem ideias originais.
No amor é ciumento e muito zeloso, sua cólera é evidente, com
manifestações ruidosas, mas não guarda rancores, se violento pode ser
bastante desagradável. Como amigo, ele é fiel, protetor, generoso e
sério, ajudando sem limites.
AS VARIAÇÕES DE OXALÁ
Oxalá Ajalá: Orixá
modelador das cabeças, foi incumbido de moldar as cabeças, por ser
muito antigo, sábio e portanto capaz de executar tarefa tão delicada.
Ele faz as cabeças de barro e as cozinha no forno. Pertence a Família
dos Orixás Funfun (brancos). Entre os homens é reconhecido como um
‘tipo’ de Oxalá. Não roda na cabeça de ninguém e seu culto além de
misterioso é conhecido no Candomblé, como o BORI.
Oxalá Ajagemo:
Para o qual durante a sua festa anual em Edé, dança-se e representa-se
com mímicas, um combate entre ele e Oluniwi, no qual este último sai
vencedor.
Oxalá Akire ou Ikire: É um valente guerreiro muito rico que transforma em surdo e mudo a quem o negligencia.
Oxalá Alase ou Olúorogbo: Salvou o mundo fazendo chover num período de seca.
Oxalá Etéko: Caminha com Oxaguiã, é inquieto. Vive nas matas e come todo o tipo de carne branca.
Oxalá Eteto Obá Dugbe: Outro guerreiro, ligado a Orixalá.
OBATALÁ |
Oxalá Lejugbe: é
muito confundido com Oxalufan; por ser vagaroso e indeciso. Muito
chegado a Ayrá. Come com Yemanjá e Oxalufan. Come também todo tipo de
carne branca.
Oxalá Obatalá:
É o mais velho dos orixás. O grande rei branco; raiz de todos os outros
Oxalás. Ele não é feito, faz-se Ayrá ou Oxum Opara. É o pai de Oxalufã
que por sua vez é o pai de Oxaguiã. Por ser muito grande e poderoso,
Obatalá não se manifesta, sua palavra transforma-se imediatamente em
realidade. Representa a massa, o ar, as águas frias e imóveis do começo
do mundo, controla a formação dos novos seres, é o senhor dos vivos e
dos mortos.
Oxalá Okó:
Divindade da agricultura e colheita dos inhames novos e a fertilidade
da terra. Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil. Na época da chegada dos
escravos, não deram muita importância a este orixá, considerando como
orixá da agricultura, em seu lugar Ogum e dos grãos Obaluaê. Quando se
manifesta leva um cajado de madeira que revela sua relação com as
árvores, traz uma flauta de osso que lembra sua relação com a
sexualidade e a fertilidade. É confundido com Oxalá, pois veste-se de
branco. Seu Opaxoró, no Brasil, é confeccionado em madeira. Sendo um
Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas. É um Orixá rico.
Oxalá Olofon Ajigúna Koari: Aquele que grita quando acorda (conhecido pelo nome de Oxalufan).
Oxalá Orinxalá ou Orixalá : É
casado com Yemanjá, suas imagens são colocadas lado a lado e cobertas
com traços e pontos desenhados com efum, no Ilésin, local de adoração,
dizem que Yemanjá foi a única mulher de Orixalá um caso excepcional de
monogamia entre orixás e eborás.
Oxalá Oxalufã: (Orixá
Olú Fon): Orixá velho e sábio, cujo templo é Ifón pouco distante de
Oxogbô, a cerimônia de saudações é de dezesseis em dezesseis dias. Orixá
muito velho, de idade avançada, aleijado, lento, movendo-se com muita
dificuldade. Dança apoiado no opaxoró. Treme de frio e velhice. Detesta a
violência, disputas e brigas. Não come sal e nem dendê; odeia cores
fortes, principalmente o vermelho. A ele pertencem os metais e
substâncias brancas; não suporta cavalos.
Oxalá Ogiyan Ewúlee Jiigbo: Senhor de Ejigbô (conhecido pelo nome de Oxaguiã).
O MITO - AQUELE QUE FOI ENGANADO TRÊS VEZES
Um dia Oxalá resolveu visitar seu filho Xangô o Rei de Oyó. Antes de
partir consultou Ifá, no jogo de búzios. Ele foi avisado para não fazer a
viagem, pois haveria muitas desgraças. Oxalá insistiu em ir, então o
Babalaô o aconselhou a tomar alguns cuidados: não falar com ninguém que
encontrasse no caminho, não atender a nenhum pedido, não pronunciar
palavras de queixa, e foi recomendado que deveria levar três roupas
brancas e sabão. Teimoso, Oxalá começa sua viagem. No caminho ele
encontra Exu, que disfarçado, estava sentado sobre um barril . Oxalá,
esquecendo o conselho do Babalaô, dá ouvidos a Exu, que o convence a
carregar o barril, que continha azeite de dendê. Exu fez o azeite
derramar sobre Oxalá e depois riu, dizendo que Oxalá virou comida de
Exu. Oxalá banhou-se, trocou de roupa e seguiu viagem. Novamente Exu
apareceu, disfarçado de velho e pediu ao Orixá que carregasse seu pesado
fardo de carvão. Oxalá com pena do velho, pegou o saco e pôs nas
costas. Exu derramou o carvão, sujou-o e depois riu, dizendo que Oxalá
trocou o pano branco por preto. O Orixá mais uma vez, banhou-se, pôs
outra roupa limpa e seguiu viagem. Dessa vez Exu apareceu como um menino
e de novo enganou Oxalá, que acabou se sujando com um barril de vinho
de palma. Exu riu muito, dizendo que enganou o Orixá três vezes. Mas uma
vez Oxalá manteve a calma, limpou-se no rio e vestiu sua terceira
roupa e continuou sua caminhada rumo ao reino de Xangô.
JESUS CRISTO |
SINCRETISMO CATÓLICO
No sincretismo ele está relacionado a Nosso Senhor do Bonfim ( Jesus
Cristo), cuja festa, com a lavagem das escadarias da Igreja na Bahia,
acontece em 16 de Janeiro. Ritual representando a limpeza e a devoção em
relação ao Orixá. Chamado de as águas de Oxalá.
O respeito a Oxalá é demonstrado principalmente nos terreiros,
independente do Orixá de cabeça de cada elegum, quando chega o momento
de sua dança, em sinal de respeito, o Orixá Xangô vem cumprimentá-lo até
mesmo carregá-lo, já que Oxalá anda arqueado e sem força.
Na variação como Oxaguiã, o seu sincretismo está relacionado ao Menino Jesus de Praga.
Dia da semana: sexta-feiraCor: Branca
Elemento: Ar
Instrumento: Paxorô ( espécie de cajado)
Saudação:
"Epa babá"("Salve, pai")
OXAGUIÃ - O REI DO PILÃO
O MITO - A PRAGA
Ejigbô, aldeia fundada por Oxaguiã transformou-se em uma grande cidade,
pois Oxaguiã sempre seguia os conselhos de um Babalaô muito amigo, que
o orientava de como fazer a cidade prosperar. Então ele mandou
construir até um palácio para sua melhor comodidade e cercou a cidade
com enormes muralhas para viver bem e com fartura. O Babalaô logo que o
ensinou a transformar a cidade, partiu em peregrinação e só voltou
muitos anos depois. Quando ficou abismado com tanto progresso da aldeia,
pois agora timha que se fazer anunciar aos guardas no portão. Ao pedir
notícias de seu amigo Oxaguião, tratou-o de igual para igual, e não usou
o termo "Majestade". Os guardas da cidade tomaram isso como uma ofensa
ao Rei e o prenderam, aplicando uma violenta surra, deixando ele todo
ensanguentado. O babalaô, ferido, magoado pela recepção, decediu se
vingar e usou seus poderes, jogando uma praga na cidade. Então tudo que
era fertil, tornou-se estéril, não chovia mais, a terra e o útero das
mulheres secaram. Oxaguiã, que já tinha recebido o título de Eléèjìgbò
(rei de Ejigbô), consultou um outro babalaô, e quis saber o que estava
acontecendo. Foi quando o babalaô disse que um amigo havia sido
humilhado em seus portões, e este era o seu conselheiro responsável pela
mudança da cidade. Oxaguiã, irado, mandou vasculhar as masmorras, e seu
amigo foi encontrado. Seu amigo foi libertado e Oxaguiã humildemente
pediu a ele que o perdoasse e também a seu povo. O amigo em nome da
amizade que os unia, decidiu perdoar, mas com a condição de que em todas
as festas, o povo deveria lutar entre si com golpes de vara por várias
horas até a exaustão. E assim foi feito e tudo voltou a ficar fértil
novamente.
ARQUÉTIPOS DOS FILHOS DE OXAGUIÃ
Os filhos de Oxaguiã são tranquilos, risonhos, prestativos e estão
sempre dispostos a ajudar o próximo. Carismáticos, inteligêntes,
elegantes, falantes, com grande senso de justiça. Fazem questão de
disciplina e gostam de se sentirem amados. Eles optam por trabalhos
relacionados a mudanças, como por exemplo derrubar o que está velho,
para construir o novo e moderno. São ótimos desenhistas, arquitétos e
publicitários. São muito fiéis e dedicados a religiosidade, cumpridores
de seus juramentos e caridosos ao extremo. Se houver filhos de Oxaguiã
em hospitais, como médicos, optarão por clínica geral, pois
dificilmente conseguirão ser cirurgiões, eis que têm barreira em relação
a sangue. São de físico bonito mas não exuberante. "Epa baba Oxalá, Adonim Orixá"
OS CABOCLOS DO REINO DE OXALÁ
É a luz refletida que coordena as demais vibrações. As entidades dessa
linha falam calmo, compassado e se expressam sempre com elevação.
URUBATÃO DA GUIA |
Os sete chefes principais de legiões são:
2 - Caboclo Ubirajara
3 - Caboclo Ubiratan
4 - Caboclo Aymoré
5 - Caboclo Guaracy
6 - Caboclo Guarany
7 - Caboclo Tupy
LOCAL DE DOMÍNIO - O CÉU - A PRÓPRIA LUZ
Obatalá criou o ser humano. Obatalá fez o homem de lama, com corpo,
peito, barriga, pernas, pés. Modelou as costas e os ombros, os braços e
as mãos. Deu-lhe ossos, pele e musculatura. Fez os machos com pênis e
as fêmeas com vagina, para que um penetrasse o outro, e assim, pudessem
se juntar e se reproduzir. Pôs na criatura coração, fígado e tudo o
mais que está dentro dela, inclusive o sangue. Olodumaré pôs no homem a
respiração e ele viveu. Mas Obatalá se esqueceu de fazer a cabeça e
Olodumaré ordenou a Ajalá o modelador de cabeças que completasse a obra
criadora de Oxalá.
OBATALÁ - O CRIADOR DO SER HUMANO
"Cada um escolhe sua cabeça para
nascer, ou seja, escolhe o Ori que vai ter na Terra. E lá escolhe uma
cabeça para si. Deve ser esperto, para escolher cabeça boa. Cabeça ruim,
é destino ruim. Cabeça boa é riqueza, vitória, prosperidade e tudo o
que é bom".
FONTE; Blog O Panteão Negro
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