Não existe mérito algum em ter Guias Ciganos somente para exaltar seus trajes coloridos, suas indumentárias reluzentes e usufruir das danças alegres e ritmadas que estes Espíritos fazem quando ancoram em terra. São Entidades lindas, não restam dúvidas, contudo, têm muito mais para acrescentar na vida de quem almeja evoluir quando o fascínio é esquecido ou é inexistente.
O trabalho com a Espiritualidade requer entrega, exige abnegação e verdadeira devoção. Os rancores, as frustrações pessoais e o orgulho criam barreiras inegáveis que servem de contraponto negativo aos bons sentimentos, porém o fascínio e o deslumbramento podem ser bastante nocivos quando ofuscam a real missão dos médiuns e de outros tantos que se nomeiam devotos.
As Entidades Espirituais se aproximam dos médiuns em busca de um canal, de uma ponte para a prática do bem, do amor e da caridade. Elas querem curar, abrandar corações sofridos, ensinar o caminho reto, amparar, proteger... Mas como pensar no próximo se o interesse pela tipologia cigana se sobrepõe ao comprometimento com a obra?
Quem trabalha ou deseja trabalhar com a vibração dos Espíritos Ciganos precisa ter a consciência de que a meta é servir, é doar. Há que lembrar todos os dias de se despir do ego e da vaidade em prol de uma missão maior, posto a roupagem fluídica das Entidades Ciganas não caracterizar de modo algum norte para o caminho do bem. Já a simplicidade, a discrição e a humildade são ótimos escudos para dificultar o acesso ao fascínio insano e inoportuno de quem ainda não atingiu certo grau de desprendimento e de compaixão. O ditado popular adverte:
“Quem vê cara não vê coração!”.
Valéria Fernandes
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